Revista Sesvesp Ed. 111 - janeiro / fevereiro 2013 | Page 14

DESTAQUE Segurança de Eventos continua em evidência no país Com a tragédia de Santa Maria (RS) e a aproximação da Copa do Mundo e das Olimpíadas, esse tipo de serviço ganha ainda mais destaque Q uem não se emocionou com a tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrida no dia 27 de janeiro passado? Só para relembrar (o inesquecível), centenas de jovens participavam de uma festa naquele local, quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandagueira utilizou um sinalizador luminoso, como um efeito pirotécnico, cujas fagulhas atingiram a espuma de isolamento acústico da boate. O fogo começou no teto sobre o palco. As vítimas buscaram rotas alternativas e se aglomeraram nos dois banheiros, tomados por fumaça tóxica. Os bombeiros encontraram dezenas de corpos empilhados nos banheiros e em frente à porta. Ainda, segundo relatos de sobreviventes, um grupo de seguranças bloqueou a única saída da boate. O objetivo seria evitar a saída de clientes sem pagar a conta. Resultado: 239 mortos, 81 feridos e inúmeras histórias interrompidas abruptamente. As repercussões nacionais e internacionais foram Revista SESVESP |14| janeiro / fevereiro 2013 as piores possíveis. Segundo a Folha de S.Paulo, “a rede britânica BBC, por exemplo, questionou a capacidade do Brasil de garantir a segurança do público na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas do Rio de 2016. A proximidade dos grandes eventos foi lembrada ao vivo num telejornal da BBC News, o canal de notícias 24 horas da rede pública. O âncora sugeriu que o país terá que se mostrar preparado para situações de emergência durante as competições. A Copa e a Olimpíada também foram citadas na cobertura da tragédia no portal da BBC na internet. No site, o editor da rede em São Paulo, Gary Duffy, disse que os eventos devem aumentar a pressão sobre o governo brasileiro para reforçar as normas de segurança e a fiscalização de locais públicos”. Não há necessidade de dramatizar ainda mais o ocorrido. A notícia é triste por si só. Uma tragédia. Mas de tudo é preciso tirar uma lição e qual foi a lição para o segmento de segurança privada? Primeiro que contratar empresas não qualificadas para atuar em qualquer área da segu- Boate Kiss, na noite da tragédia. Foto: Reuters rança pode gerar catástrofes. A responsabilidade da segurança privada é imensa. Se ocorrer uma tragédia, não vão pensar em quão lindos são os estádios, nas estradas, aeroportos, conforto dos hotéis, belezas naturais, alegria do povo brasileiro, nada disso. Só vão responsabilizar os profissionais de segurança, quem os contratou, quem os capacitou. A boa notícia é que o mercado brasileiro de segurança possui muito know-how em proteção de multidões em grandes eventos. Paradas com milhares de pessoas, o Carnaval, shows em estádios, praias, e demais espaços abertos, corridas automobilísticas, feiras de negócio e outros utilizam os serviços de segurança privada, todos com muito sucesso. O Brasil é um país com 196 milhões de habitantes, Marco Antonio Lopes, da Sefra Segurança, mostrando a planta da Parada GLBT. Planejamento é fundamental em proteção de eventos