Revista Sesvesp Ed. 104 - Novembro / Dezembro 2011 | Page 9
OPINIÃO
Gestão do Tempo
N
Carlins Ferraz dos Santos
Mestre em Psicologia
Educacional, MBA – Executivo
em Gestão Estratégica
Empresarial pelo NAIPPE/
USP; Graduado em
Administração de Empresas,
Psicanalista e Empresário.
O tempo livre
é criado, não
encontrado.
Esperar que sobre
um tempo para
refletir ou planejar
é equivalente
a esperar que
as pressões
profissionais
desapareçam
”
os últimos
tempos tenho refletido sobre o
tempo, como o percebemos
ou não passar, o tempo de
estudar, o tempo de namorar, o tempo de trabalhar,
o tempo usado para ter, o
tempo usado para ser e o
maior dos tempos, o tempo
de nossas vidas, de nossa
existência.
Ao pesquisar sobre o
tema encontrei um artigo
do professor de administração da Universidade McGill,
Hery Mintzberg, escrito na
década de 90 intitulado A
Função de Um Gerente; no
artigo ele diz: “o tempo livre
é criado, não encontrado.
Esperar que sobre um tempo
para refletir ou planejar é
equivalente a esperar que
as pressões profissionais desapareçam”. Grande verdade! Isso não vai acontecer,
então temos que criarmos
tempo para tudo que consideramos importante em
nossas vidas, certo?
Tenho questionado sobre a possibilidade de se
administrar o tempo. Pare
uns segundos e procure responder:
É possível administrar
o tempo?
A resposta é: Não! O motivo? O tempo é uma variável incontrolável. O que
podemos fazer é controlar
as atividades no tempo. Só
temos percepção do tempo
por que as coisas acontecem, caso contrário não a
teríamos.
Atualmente o paradig-
ma é de que devemos saber
tudo, fazer tudo e estar em
todos os lugares ao mesmo
tempo. Todos os anos nossa
meta para atingimento de
resultados aumenta em 10%,
15%, 20%, mas os recursos
não aumentam na mesma
proporção, principalmente
os humanos, pois continuamos nascendo com dois
braços, duas pernas, um
coração, um cérebro etc.
Diante destes desafios
o que fazer? Uma possível
resposta? Fazer melhor! Não
estou dizendo que tenhamos que fazer mais, estou
dizendo que ao acreditar
que temos que fazer tudo
o tempo todo, prejudica a
qualidade do resultado, gera
desgaste mental e físico e
em muitos casos, temos
retrabalho e uma sensação de um encurtamento
do tempo, o dia parece que
fica menor.
Buscar escolher nossas
tarefas pelo que é mais importante nos ajudará a deixar de lado aquelas urgências, que pouco contribuem
para um resultado excelente. Como podemos colocar
isso em prática? Aqui vão
algumas sugestões, se fizer
sentido para você, use-as:
1. Procure sempre que
possível planejar suas ações;
2. Transforme cada momento em uma oportunidade
de ensino/aprendizagem;
3. Crie diariamente uma
lista de coisas, a fazer;
4. Priorize por ordem de
importância suas ações do
dia;
5. Quando sua lista de
execução for muito grande,
deixe de lado a tentação de
começar pelas mais fáceis;
6. Não deixe que o celular, os pop-ups, os convites
constantes para um cafezinho, ou qualquer outra
distração, tire-o do foco,
lembre-se foco é força;
7. Se a atividade exigir
de você atenção total, sempre que possível busque um
lugar onde o nível de ruído
e de interrupção seja baixo,
concentre-se;
8. Organize as informações;
9. Mantenha limpa sua
mesa;
10. Evite a procrastinação;
11. Identifique quais são
“os gatilhos”, que o tiram do
foco e volte para sua tarefa
sempre que perceber que
há um desvio acontecendo.
Lembre-se que o paradigma tem mudado nas últimas décadas, o modelo
“workaholic”, gera trabalho;
mas a questão aqui é “o que
gera valor”. Trabalhar muitas horas não significa que
se esteja gerando grandes
resultados. Já parou pra
pensar qual é o seu paradigma? Você é visto como
um trabalhador eficaz ou
como um “workaholic”?
Que resultados você tem
obtido? A que preço? Tem
valido a pena?
Boa reflexão!
novembro / dezembro 2011
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