Revista Sesvesp Ed. 100 - Março / Abril 2011 | Page 20

perfil: Luiz Flávio Borges D’Urso Fortalecimento da segurança privada beneficia O massacre covarde de crianças indefesas dentro da escola pública Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro, mereceu o repúdio de todos os brasileiros e abriu um importante debate sobre a necessidade de a sociedade buscar respostas que possam aplacar esta dor, motivada por uma brutalidade tão desmedida. De acordo com o que se apurou até o momento, uma das armas utilizadas pelo assassino das crianças no Rio de Janeiro estava entre as roubadas de civis e demonstra que o país ainda carece de medidas adicionais às previstas no Estatuto do Desarmamento para controlar de forma mais eficaz o registro e o porte de armas de fogo. Atualmente, o Brasil tem em circulação 16 milhões de armas, sendo que 14,5 milhões estão nas mãos de civis. Agora, sob o impacto da brutalidade do massacre dos estudantes no Rio de Janeiro, propõe-se um novo plebiscito, formulando a mesma pergunta ao povo brasileiro em um espaço de tempo de apenas seis anos. Segundo o Presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D´Urso, “uma nova consulta popular não será o remédio tão esperado para combater os males decorrentes da violência, que cresce, toma novas formas e, muitas vezes, nos deixa perplexos diante de um ato a segurança pública Luiz Flávio Borges D’Urso, Presidente da OAB/SP, vê com reservas o plebiscito sobre a proibição das armas e lei de licitações para a contratação de serviços de barbárie que até então desconhecíamos, perpetrado pelo fácil acesso a uma arma de fogo, ceifando vidas inocentes. Além disso, os recursos para uma nova consulta -a anterior custou R$ 250 milhões- poderiam ser aplicados em outras áreas mais prioritárias para o país, como a própria segurança pública, no setor de inteligência e de prevenção ao crime, para equipar melhor as polícias federal e estaduais e combater o ingresso de armas ilegais”. Uma das formas de se garantir a minoração da violência na sociedade é através do fortalecimento da segurança privada, que hoje é fundamental. O Estado não tem condições de sozinho suprir todas as necessidades da população. Assim, pelo atual estágio de desenvolvimento do Brasil torna-se indispensável a articulação da sociedade civil. A segurança privada em conjugação com as iniciativas do Governo traz um resultado positivo. As empresas – controladas pelo Estado, através de limites que a legislação específica lhes impõe, tem realizado um papel muito importante para a sociedade, de modo Na nossa estrutura, o Estado tem um papel de coordenar as atividades de toda a sociedade, mas a construção da riqueza, no Brasil, repousa nas mãos da iniciativa privada, classes sociais, segmentos profissionais e as entidades que representam esses segmentos ” Revista SESVESP |20| março/abril 2011 que aqueles que advogam contra as empresas de segurança privada deveriam mudar o foco e trabalhar no sentido de contribuir para que a segurança privada pudesse efetivamente ampliar os aspectos de sua atuação, melhorando os resultados que toda população espera”, declara o Presidente da OAB/SP, reeleito por duas vezes e um dos mais proeminentes juristas do país. Ainda sobre a iniciativa privada, o advogado também destaca a importância das entidades representativas, na construção de um país melhor: “na nossa estrutura, o Estado tem o papel de coordenar as atividades de toda a sociedade, mas a construção da riqueza, no