DIVE ISLAND
Condena a ação seletiva da mídia exportando
os comportamentos de São Paulo e Rio de
de Janeiro para outros estados. Defende a regionalização da programação, promovendo as culturas e costumeslocais como forma de empoderamento cultural. Rescindiu seu contrato com a gravadora Polygram por motivos ideológicos. Não havia aceitação de suas composições, que continham temas sociais.. Durante cinco anos não grava nenhum disco, passa a fazer shows e participando ativamente de campanhas políticas dos partidos de oposição.
Depois desse período voltou a gravar e, desde então, todos os seus trabalhos possuem uma faixa com uma saudação a um Orixá.Estreia como atriz na novela “Xica da Silva”, da TV Manchete. Interpretou Severina, uma líder de Quilombo. Em 1996 lança seu décimo quinto trabalho “Somos da mesma Tribo”. Fala sobre Diolinda Alves de Souza – líder sem terra, mulheres trabalhadoras e dos meninos de rua. Questões ideológicas fazem o trabalho não ser bem aceito pela mídia. Durante 09 anos foi comentarista dos desfiles de Carnaval. Ao todo são vinte e três Discos até o momento. Sua carreira política propriamente dita
começa em 2010 ao filiar-se ao Partido Comunista do Brasil – PC do B. Candidata-se a deputada estadual em São Paulo e é eleita com 85 mil votos, se reelegendo em 2014. Seu mandato se dedica à promoção da igualdade racial, do respeito às religiões de matriz africana e à cultura brasileira, pela inclusão da população negra e indígena, por mais cultura e educação, por saúde de qualidade, pela garantia de direitos dos trabalhadores, da juventude, em especial a pobre e negra, das mulheres e do segmento LGBT. Desenvolve um trabalhado muito empenhado em prol das Comunidades de Samba
de São Paulo. Sobre o papel da mulher na sociedade, enfatiza que são mais da metade da população do país e, mesmo assim, a representatividade da mulher é pequena – “As mulheres não empoderam as mulheres” acha isso inacreditável. Complementa dizendo que as mulheres hoje em dia assumem diversas jornadas e é preciso entender que estamos em outro patamar.Leci sempre cantou para as minorias segundo ela própria. Teve músicas censuradas, ficou sem gravar por cinco anos, não pode participar de alguns programas de TV. Foi criticada por por muitos por entregar uma demissão. a Polygram.
Sobre isso ela enfatiza que não respeitaram a sua arte e pediram para fazer outras composições, fez mesmo: entregou carta de demissão. As músicas censuradas: Zé do Caroço, Assumido e Deixa. Foi bater de porta em porta. Sesc, Funarte, Projeto Pixinguinha. Cantou em todas as cadeias do Rio de Janeiro e em palcos de partidos de esquerda: “Sempre cantei nos palcos das bandeiras vermelhas”. Recebeu convite do Orlando Silva e Netinho de Paula para se candidatar. Não queria, demorou nove meses para responder. Por fim aceitou. Ainda bem. Já tinha o projeto cantado, como ela mesmo enfatiza. Batizou o seu gabinete de “Quilombo da diversidade”. Lembrando a história de Zumbi, que recebia todas as pessoas que lutavam por liberdade. Em 180 anos da Assembleia Legislativa de São Paulo, Leci é a segunda deputada negra da história, a primeira foi Theodosina Ribeiro, nos anos 1960.
Mas Sou Verde e Rosa de Coração!
Revista Samba Acadêmico Especial Resenha de Batuqueiros 37