Revista Samba Acadêmico Especial Resenha de Batuqueiros 400 É Pouco | Page 17

Romarias em Pirapora

Na Romaria vinha um Bando de Cururu de Botucatu, de Sorocaba, de Tietê, diziam que o grupo mais forte era o campineiro. Cururu “uma espécie de partido alto bem caipira, bem nosso de São Paulo.

O Samba de Santos foi muito mais forte que o samba da capital paulista. Foram os maiores cultivadores da modalidade e tiveram também as melhores Escolas de Samba, nas décadas de 50 e 60 sempre que subiam para disputar o carnaval ganhavam, foi quem primeiro sofreu a influência carioca, pois na cidade paulista ainda era predominante os Cordões Carnavalescos. Sobre os passos do samba fala que são de cada um, no improviso do dançarino, quando se fala na letra do samba refere-se ao fato de cada ter que criar seu passo e finalizar com uma letra, uma assinatura com o ponta do pé fazendo uma letra. O samba era sapateado, podia-se ouvir o batuque dos passos do sambista.

Comunidades de Samba de São Paulo como o único foco de RESISTÊNCIA Cultural

Depois da oficialização do carnaval de São Paulo em 1967 nos moldes do carnaval carioca – uma exigência do prefeito na ocasião condicionante ao aporte de capital para o evento, os componentes passaram a almejar o glamour dos desfiles, o sucesso, o minuto de destaque na TV. Durante três anos após a oficialização 03 Escolas continuaram a desfilar como cordões que era uma manifestação paulista: Vai Vai, Camisa Verde e Branco e Fio de Ouro – uma dissidência do Vai Vai fundada por Dona Iracema e seu filho Romulo por volta de 1960, 1963 em função de uma briga com Pato N’agua. Resistiram até 1971, mas não tinham com quem disputar, pois todos estavam seguindo a tendência da cidade maravilhosa por força do regulamento. Na realidade as Escolas de Samba eram mais glamorosas, no cordão era um cortejo imperial com rei, rainha, baliza, metais, clarins, pistom ...todo tipo de instrumento.

Enxerga as “Comunidades de Samba de São Paulo como o único foco de resistência cultural".

Do samba de meio de ano, do samba de quadra ou de terreiro que é a mesma coisa, porque a Escola de Samba já não cumpre esse papel. Hoje as Escolas são empresas que vão à busca deste samba “marcheado”, é um comércio, por enquanto ainda não dá muito dinheiro e o Samba de Comunidade é um pouco mais puro, apesar de que todos os componentes destas Associações tenham anseio pelo sucesso. Vi jongo dos mais tradicionais do Rio de Janeiro perder suas origens. O Samba Comunitário é o Quartel General do Samba”.

Revista Samba Acadêmico Especial Resenha de Batuqueiros 17