SAMBA
0 samba comunitário é o quartel general do
Esse é o ganhador da Palma de Ouro em Cannes pela trilha sonora de Orfeu Negro junto com o grupo de Monsueto Menezes, Osvaldo Barro ou como todos o conhecem Osvaldinho da Cuíca. Foi integrante do Teatro Popular de Solano Trindade de quem fala com carinho. Integrante durante muitos anos do Grupo Demônios da Garoa e ainda acompanhou vários artistas de renome.
Em entrevista ao Programa Samba Acadêmico Osvladinho fala de sua carreira que começou muito cedo, por volta de 1955 com apenas 15 anos, sendo que em 1957 se torna profissional participando de gravações, programas de rádio e militando intensamente nos cordões carnavalescos.
Ocasião que participava do Teatro gaúcho de Luiz Carlos de Barbosa Lessa – um dois maiores folcloristas da história do Brasil. Nesta ocasião se dividia entre o samba e o folclore, posteriormente ficando mesmo no samba.
Já em 1958 ganha o seu primeiro concurso de Samba Enredo na Escola Garotos do Tucuruvi em parceria com Nelson Gaia.
Diz que a Vai Vai está em sua alma, porque se está no coração morreu acaba. Mas como está na alma vai junto para a posteridade. Com tanta atividade no seu expediente diário ainda encontra forças para realizar pesquisas. Já levantou mais de 400 músicas de São Paulo para uma seleção de 100 sambas para gravação em vários CDs.
Quanto ao embrião do samba ser de matiz africana cita Vinicius de Moraes “...Se ele é branco na poesia é negro no coração...”, na realidade é negro nos dois. O samba é brasileiro, uma mistura do afro com o europeu. Cita o cavaquinho originário da cidade de Braga em Portugal, e o violão que é espanhol mas também é dos mouros. Os mouros inclusive foram responsáveis pela introdução dos instrumentos percussivos no norte da África. Cuba por exemplo tem a mesma etnia negra de Angola e Congo e a sua música nada tem haver com o Samba, por exemplo. Não só o negro como a música em formação no país encontrava amparo nas festas religiosas, momento que os negros podiam colocar em prática suas atividades artísticas, um grande mosaico, gerando uma diversidade cultural sem precedentes, desta forma o samba tem em seu embrião muito mais de cem anos.
Durante a entrevista Osvaldinho é um garoto no meio de seus instrumentos de percussão. Ora toca o pandeiro, ora a cuíca, o tamborim e a frigideira todos com a mesma desenvoltura, sempre ativo com seus instrumentos percussivos. De Bom Jesus de Pirapora fala de Maria Esther a Dona do samba, nascida em 1924. As mulheres eram poucas no samba, as que saiam no samba “não gozavam de bom prestígio”, mas Esther fugia de casa e ia para o samba nos barracões que eram frequentados pelos negros de romarias e filhos de escravos.