E, sobretudo, desenvolv-
er o respeito ao próximo.
Isso começa, no entanto,
dentro do campo, fazendo
com que os jogadores se-
jam mais compreensivo,
evitando brigas e falar cois-
as que incentiva brigas en-
tre as torcidas organizadas.
Não existe nada menos ir-
racional do que tirar uma
vida por causa da camiseta
que a pessoa está vestindo.
A Federação Paulis-
ta de Futebol, sabendo que
a situação estava ficando
cada vez pior, resolveu cri-
ar as torcidas únicas. Ou
seja, nas partidas intituladas
como “clássicos”, apenas a
torcida do time mandante
poderia estar presente no
estádio. Essa medida, certa-
mente, melhorou a situação,
embora não tenha resolvi-
do completamente. Apesar
disso, o desrespeito conti-
nua, pois sempre ouvimos
falar de novos casos de bri-
gas de torcedores. Ademais,
não se sabe se algum dia,
portanto, as torcidas mis-
tas em clássicos voltaram.
Foto: Caio Henrique
Amor eterno
As torcidas organiza-
das nasceram para os torce-
dores fanáticos. O objetivo,
no entanto, não era começar
brigas e rivalidades. Ess-
es torcedores, geralmente,
costumavam frequentar to-
das as partidas dos clubes,
saber toda sua história e
fazer loucuras para compro-
var esse amor. “Mesmo sof-
rendo no emprego humilde,
recebendo broncas do chefe,
cumprindo as rotinas humil-
hantes, eu não via a hora de
chegar às sextas-feiras para
sair da empresa com a alma
leve, porque sabia que se-
ria protagonista no sábado
ou no domingo, muitas das
vezes até à noite, eu ia me
encontrar com os compan
heiros da organizada para
fazer festa no na quadra
ou ir até o CT para incenti-
var o time”, revela Melqui.
Embora as torcidas
organizadas passe uma im-
agem negativa para o fu-
tebol, os grupos familiares
ou de amigos continuam
frequentando os estádios,
tanto nas partidas normais
quanto nos clássicos. Alex-
andre Silva, membro da tor-
cida organizada dos Gaviões
da Fiel, acredita que “as pes-
soas continuam a ir para o
estádio por causa dos senti-
mentos que vivenciam. Toda
vez que vou em um estádio
diferente, sinto sentimen-
tos novos. É uma coisa que
não dá pra vivenciar assistin
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do o jogo pela televisão”.
As torcidas organiza-
das, que deveriam apenas
torcer de uma forma organi-
zada, porém com mais amor
e desejo pelo clube do que
o torcedor normal, preciso
aprender a respeito. Embo-
ra tenhamos muitos prob-
lemas entre essas torcidas,
talvez algum dia o respeito
seja maior do que o ódio. Os
jogadores, porém, precis-
am perceber que, na maio-
ria das vezes, as situações
são criadas dentro do cam-
po e manifestada fora dele.
O Dr. Sócrates, ex-jogador
do Corinthians, costuma-
va gritar dentro do campo
“viva a liberdade… a de-
mocracia e a justiça social”.