Revista Reflita revista | Page 18

folclórica, russa”, declara o di- retor Zé Henrique de Paula. Mergulhando nessa atmosfera, o público não poderia ficar tão distante de tudo. Portanto a montagem brasileira segue à risca do original, longe de ser em um palco italiano e sim com passarelas sinuo- sas que serpenteiam e que traz a proximidade entre o público, através de mesas que são compartil- hadas entre eles pelo salão. Fazendo com que os es- pectadores se aproxi- mem dos atores e vi- venciem essa magia do musical. Adriana Del Claro, atriz e produtora do musical comenta essa interação: “A gente vê, presta atenção no público quando está as- sistindo, que eles estão interagindo. Que eles estão prestando muita atenção. Até nas cenas que são silenciosas, mesmo com o jantar, a gente vê que a plateia entra naquilo e fica em silêncio, muito bom”. Para narrar a trama, o compositor americano criou uma mistura muito diferente de estilos e de gêneros musicais, deixando o espetáculo de uma forma agradável, fazendo com que os personagens caem nas graças no público, por serem muito dinâmicos e interati- vos. Fernanda Maia, que faz a diração do musical, no primeiro contato com o pú- blico destaca sua opinião so- bre a obra: “Fazer a direção musical desta incrível obra de Dave Malloy é desafiador porque, diferente do palco italiano, onde o aspecto é bidimensional, somos força- dos a olhar e ouvir o que acon- tece em todos os cantos da sala do espetáculo, a buscar o som e procurar o contato com os músicos e os atores”. Existem diversos fa- tores positivos que se desta- cam no musical. Os figuri- nos e as caracterizações dos personagens são excelentes e muito criativos. É impos- sível não notar o alto nível de produção. O cenário do espetáculo é bem simples, com cortinas vermelhas e uma cadeira e os adereços dos personagens, que faz ligação onde é apresenta- do. Mas o que chama mais a atenção é o bar que fica à disposição do público antes do início da apresentação, no intervalo e no final. A ilu- minação é bem complexa, o ambiente é adaptado e faz lembrar um clube rus- so no início do século XIX. Com 11 luminárias Sputnik que transforma o espaço e faz com o que o espect- ador embarque em uma viagem de volta a 1812. O musical faz uma crítica aos tempos passados e que se remetem aos dias de hoje. “Os anos vão passan- do, a sociedade vai mudan- do, vai evoluindo em algu- mas coisas. Mas ao mesmo tempo a gente percebe, que permanece igual em muitos 17