Revista Reflita revista | Page 15

“Os horários de visitas eram diários, com pelo menos duas visitas por dia. Quem não ia à tarde, ia à noite. Foram 5 (cinco) dias de coma. Os procedimentos vinham at- ravés de orientações, todas as etapas eram avisadas. Apesar disso, pelo fato de o tumor ter chegado nos pul- mões não dava nenhum tipo de esperança, pois ele pre- cisava permanecer em coma por causa das dores”, rela- ta Aryelle Catheryne sobre a situação da sua avó na UTI. “Após o início do trata- mento os médicos fizeram o que estava ao alcance deles, bem como as enfermeiras. Os dois casos citados são de pessoas que ficar- am internadas em hospitais públicos. As duas famílias disseram que os valores para manter o paciente dessa forma em hospitais privados são exorbitante. Apesar disso, reforçam que, caso tivesse condição, preferiam que o paciente fosse tratado por hospitais privados, pois, dessa for- ma, poderiam receber um tratamento especializado. Depois do Coma o processo é lento e doloroso, pois, depois de acordar do coma, provavel- mente o paciente precis- ará passar por visioter- apia para se recuperar. Em casos raros, é pos- sível que após tratamentos, como, por exemplo, a fisioter- apia, o número de sequelas seja reduzido a estaca zero. Wendell Silva, 29 anos, que ficou em coma por dois dias no hospital Campo Limpo - SP, fala sobre sua história e como conseguiu superar o coma: “Faz mui- tos anos e não consigo lem- brar de muita coisa. Eu sai com amigos naquela noite e, quando estava voltando para casa, acabei batendo minha moto na traseira de um caminhão parado. Que- brei a perna e bati a cabeça. Fiquei em coma por dois dias. Quando acordei ninguém da família ou amigo estava no hospital, pois não estávamos no horário de visita. Apesar disso, logo chegaram felizes por saber que eu tinha con- 14 seguido superar. No começo foi difícil, pois não conseguia controlar direito meu cor- po. Eu ficava pensando que nunca mais conseguia an- dar ou viver sozinho. Tenta- va mexer a mão ou os pés, mas não conseguia. Sem contar que precisei passar por vários exames e pro- cedimentos para voltar ao normal. Depois de muita fi- sioterapia, mais ou menos um ano e meio, conseguia mexer todas as partes do meu corpo, mas nunca volt- ei ao normal por causa da minha perna que ficou mui- to prejudicada. Nesse tempo todo, minha família voltou a me tratar como criança. Mas sem eles não conseguiria superar tudo isso. Hoje vivo feliz e não penso mais nas coisas de errado que fiz no passado... penso em viv- er apenas todos os dias enquanto estiver tempo”. Esse caso, porém, é difícil de acontecer. A maio- ria dos paciêntes que ficam no estado de coma, nor- malmente adquirem se- quelas para o resto da vida ou pode chegar a falecer.