REVISTA PODIUM Revista Podium edição 13 - Julho 2017 | Page 33

TREINADOR Ivo da Silva e a marcha atlética no Brasil Ivo da Silva, pioneiro da marcha em Santa Catarina A história da marcha atléti ca no Brasil conta com per- sonagens de inegável importância e um deles é Ivo da Silva. Catarinense nascido há 65 anos em Lages, Ivo começou no Atleti smo em Curiti ba, onde chegou com a família aos 11 anos de idade. Mais tarde foi convidado a trabalhar em Blumenau. De volta ao Estado, aceitou o desafi o de introduzir a marcha atléti ca na cidade. Em 10 anos, ele teve papel essencial na transformação de Santa Catarina no centro da marcha atléti ca no Brasil. O esporte entrou na vida de Ivo ainda na adolescência. Ao entrar na universidade optou pela Escola de Educação Física e Desportos, hoje integrada na Universidade Fede- ral do Paraná. O professor Altevir Dalegrave Berezovski o levou ao Atleti smo, para fazer arremesso do peso, lança- mento do disco e do dardo. “No dardo, ganhei minha única medalha no Troféu Brasil (bronze, em 1974)”, diz Ivo, entre irônico e orgulhoso. Depois, a convite do mestre, tornou-se assistente nas mesmas provas. Marti nho Santos, mais tarde presidente da Federação local e atualmente superintendente técni- co da CBAt, lembra: “Eu estudava no Colégio do Estado do Paraná, fazia o lançamento do martelo e o Ivo foi meu técnico.” Em 1978, já em Blumenau, Ivo sugeriu ao presidente da Federação Estadual, Joel Casagrande, que levasse marcha- dores para os Campeonatos Brasileiros. “Não temos mar- chadores aqui, mas se quiser tentar, colocamos as provas nos torneios estaduais”, falou o dirigente. Ivo recorda: “Eu era o coordenador de Atleti smo e per- guntei quem ti nha interesse em treinar atletas da marcha atléti ca. Como resposta, ouvi: ‘Você deu a ideia, então vai’. Topei e com o tempo virei realmente técnico de marcha- dores, o que sou até hoje.” O fato é que a marcha e o Brasil só têm a agradecer. Em 1983 Ivo passou a trabalhar a nova modalidade e seu pri- meiro atleta foi Otmar Antonio de Souza. Ainda nos anos 1980 surgiriam dois nomes fundamentais para a evolução da modalidade no Estado e em todo o País: Sergio Galdino e Ivana Henn, ambos de Blumenau, onde Ivo está até hoje, agora como técnico da AABLU. “O Galdino foi a três Olimpíadas e teve o melhor resul- tado do Brasil no Mundial de Stutt gart 1993, quando foi o sexto colocado, e a Ivana bateu todos os recordes nas categorias de base e no adulto. A marcha ganhou visibi- lidade e novos valores foram revelados, como o Moacir Zimmermann”, explica. Outras cidades começaram a colocar a marcha nas com- peti ções e aí vieram Ademar Kammler de Chapecó e José Alessandro Bagio em Timbó, entre outros. “Hoje, além do Bagio e do Moacir, temos a Nair da Rosa, que bateu o re- corde brasileiro dos 50 km feminino”, afi rma Ivo. Ivo elogia o brasiliense Caio Bonfi m e a pernambuca- na Erica Sena, que “deram ainda mais respeitabilidade à marcha”. E fi naliza, com a sabedoria de alguém cujo nome virou sinônimo da modalidade: “Acho que logo Caio e Erica terão a companhia de um jovem catarinense: Mateus Ga- briel de Liz Corrêa em quem tenho muita esperança.” 33