REVISTA PODIUM Revista Podium 06 - Outubro-2015 | Page 29

Estádio do Ninho do Pássaro NÃO VI A FONTE ORIGINAL, MAS DIZEM QUE O BRASIL tem recursos sobrando, mais do que muitos países juntos, incluindo Austrália. Um casal de treinadores australianos amigo nosso, de vez em quando nos manda vídeos de treinos deles. As condições são incomparáveis. Estive na Austrália para os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000. Nos aclimatamos no Instituto Australiano do Esporte, em Cam- berra. Um dos centros de treinamento mais maravilhosos que já conheci, e como ele há outros espalhados por lá. Não dá nem para pensar em construir um parecido com o dinheiro que temos hoje, o que dizer de espalhar vários pelo Brasil. Me disseram então que esse dinheiro não entra na conta, pois não é da Federação de Atletismo da Austrália, e sim do Ministério deles... mas na nossa con- ta entrou a Bolsa-Atleta, que não é dinheiro da CBAt, e sim do Ministério nosso... é, um número, quando “bem tortu- radinho”, te fala tudo aquilo que você quer ouvir! Isso não quer dizer que não tenhamos que buscar a maior eficiência possível no uso de nossos recursos, mas nem tudo é o que se escreve por aí! Na busca pela eficiência, a sugestão de muitos é aca- bar com campings de revezamento, particularmente do 4X400 m. Também aqui é importante discutir sobre ba- ses objetivas. Em Moscou, com o Anderson, finalista dos 400 m, ficamos em sétimo lugar na final do revezamen- to 4X400 m. Foi um resultado animador, e desenhou- -se um programa para eles. O Anderson passou a tem- porada lesionado, e o revezamento foi o 12° colocado, sem passar para a final. Para muitos, fomos “muito mal”, sem o Anderson “não deveríamos ter levado a equipe”... mas corremos melhor que em Moscou!! Lá, com 3:01.09 avançamos para a final (e foi muito bom!!). Em Pequim, com 3:01.05 ficamos fora (e foi muito ruim?!!)... com- petição é assim mesmo, e por isso é apaixonante! Não estou defendendo os campings de revezamento, apenas os uso como exemplo, esperando que os argumentos sejam corretos e objetivos. Que não se queira punir ou se vingar de ninguém, apenas que se busquem as me- lhores soluções e relação custo-benefício. Para terminar, a mensagem que gostaria que ficasse é que “o atletismo somos todos nós” e, portanto, a respon- sabilidade de fazê-lo forte é também de cada um! (*) Nélio Moura, treinador do Centro Nacional de Saltos Horizontais, foi técnico dos campeões olímpicos do salto em distância em Pequim 2008, Maurren Maggi (feminino) e Irving Saladino (masculino). CBAt [29