Do Rio de Janeiro a Pernambuco, das telas de cinema ao Oscar. 20 anos da jornada que marcou o país.
Por Guilherme Urso
Trabalhadores, viajantes e mendigos. Segundo a empresa de transportes Supervia, mais de 100 mil pessoas utilizam diaramente a estação de trem Central do Brasil, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Fundada em 1858 e também conhecida como Dom Pedro II, a estação têm o maior relógio de quatro faces do mundo, com 110 metros de altura.
Imagina a quantidade de histórias que o lugar carrega com centenas de pessoas transitando todos os dias. "Querido. Meu coração é seu. Não importa o que você tenha feito, eu te amo", diz uma mulher emocionada. "Jesus. Você foi a pior coisa que me aconteceu. Só escrevo porque teu filho Josué me pediu", narra visivelmente irritada a pernambucana Ana (Sôia Lira).
Elas não estão falando sozinhas. A professora aposentada Dora (Fernanda Montenegro) anota cada palavra. Ela trabalha na Central do Brasil escrevendo cartas para analfabetos de todos os lugares do país.
“Eu falei para ele que você não vale nada”, acrescenta Ana. Ao seu lado, o filho de 9 anos, Josué (Vinícius de Oliveira), ouve atentamente as palavras da mãe.
Ele sonha conhecer o pai, que está na cidade de Bom Jesus do Norte, em Pernambuco, cerca de 2.700 quilômetros de distância.
* As citações são extraídas do filme, exceto quando citado.