Revista Modern Age Edição #1 | Page 19

Filme de Denis Villeneuve surpreende e traça paralelo com o original.

Por Guilherme Urso

Talvez "Blade Runner 2049" aborde a pergunta mais profunda que um ser humano pode ter e que todas as religiões estão tentando responder: quem sou eu?.

Mesmo que o filme não responda a pergunta diretamente, de forma ficcional o esforço deve ser o mesmo. Será que somos replicantes ou humanos? Budas, deuses ou espíritos? É a arte imitando a realidade.

Como dizia Raul Seixas e há muito tempo a ciência: utilizamos 10% da nossa capacidade. No enredo de Blade Runner por exemplo, há indíviduos que supostamente teriam ultrapassado esta porcentagem.

O primeiro longa, "Blade Runner: O Caçador de Androides", lançado em 1982, foi execrado pela crítica. 35 anos depois o cenário é diferente: virou cult, um clássico. Sua atmosfera, a atuação de Harrison Ford e as reviravoltas na trama não poderiam passar batido por quem gosta de cinema. Mas antes de entrarmos fielmente em Blade Runner 2049, algumas coisas precisam ser esclarecidas, inclusive o palco do primeiro filme.

Terra devastada, colônias e replicantes.

Os replicantes são seres humanos sintéticos, quase que robôs, desenvolvidos pela Tyrell Corporation. Com a finalidade de servir como mão de obra escrava para as colônias da Terra, que em 2019 passa por uma forte recessão de recursos naturais, os replicantes são muito importantes para entender a história.