Taygoara
editorial
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(1) O texto completo da
chamada aberta e suas
referências, podem ser
vistos no seguinte link:
https://bit.ly/2KBpphE
A revista MIOLO é produzida por
designers e artistas que trabalham
com diferentes linguagens. Um
esforço coletivo que parte do desejo
de fazer circular experimentos
poéticos por meio de publicações
periódicas. Trata-se de uma publicação
especializada que apresenta
processos artísticos a partir de uma
ótica soteropolitana. Para tanto,
seleciona por meio de chamadas
abertas na internet — e-mail, site
e redes sociais — trabalhos de
pesquisadores, escritores, designers
e artistas do Brasil e do mundo.
Sem deixar de lado artigos mais
alinhados com os rigores acadêmicos,
e em busca de manter a unidade
da publicação e a coerência do
discurso enunciado, na curadoria
dos textos, ensaios artísticos e
outras obras que integram esse
número da MIOLO, priorizamos
ideias passíveis de dialogarem entre
si no corpo da revista. Trabalhos
que forçam os limites entre as
linguagens e brincam com os ruídos
presentes na matriz da comunicação,
estejam eles nas ambiguidades da
palavra escrita ou nos saltos entre
a materialidade do texto impresso
e a imaterialidade do vídeo digital.
O projeto gráfico deste volume
surge em paralelo à diagramação.
Um planejamento flexível que nos
permite materializar o conceito
de cada trabalho levando em
consideração a estrutura da
revista, da página e seus espaços
em branco. Fotografias e poesias
visuais foram inseridas, junto ao
conteúdo textual no corpo da revista,
de modo a construir uma relação
não hierárquica. Tais estratégias
consistem em um conjunto de
conceitos operatórios que fazem
da MIOLO uma publicação na
qual seus elementos — formais
quantos estruturais — são recursos
estéticos/poéticos, que geram
ruídos na malha da revista,
emprestando, assim, singularidade
a cada exemplar produzido por
meio de interferências manuais e
técnicas artesanais de impressão.
A revista se estrutura a partir de quatro
seções intercambiáveis: Entrevista,
Perfil, Respiro e Ensaio. A proposta,
apresentada por Laura Castro para
este volume, nos revelou que a
seção de entrevistas poderia ser um
espaço promissor para a realização
de exercícios de linguagem e forma.
Tiramos proveito da polissemia da
palavra ensaio, para agrupar tanto
conjuntos de imagens fotográficas
organizadas em torno de um conceito,
quanto textos de opinião, baseado
em referências, sobre um assunto
específico. Os respiros, por sua vez,
possuem a função de intermezzo;
são obras colocadas entre outras
obras que cumprem um papel
organizacional dentro da estrutura
da revista, ao mesmo tempo que
funcionam como intervalos que
propõem alterações no ritmo de
leitura. O sumário, cartografado por
Maria Carolina Barbosa, representa
graficamente a distribuição dessas
partes no corpo da publicação.
Com o tema “UM CORPO
PARTILHADO” 1 , neste segundo
volume da revista MIOLO, nós,
equipe e colaboradores, buscamos
conhecer novas estratégias de
diálogos que permitissem uma
reconfiguração das relações entre
pessoas, cidade, trabalho, produção
e consumo. Uma discussão sobre
como as experiências estéticas
podem interferir na partilha do