De acordo com o seguimento budista,
existem algumas diferenças de concepções
em relação ao conceito de iluminação e
a forma de se chegar a ela. No entanto,
como a iluminação somente foi concedida
indiscriminadamente no Sutra Lótus, e em
específico, nos Oito Primeiros Capítulos
do Caminho Primordial (Honmon Happon)
do Sutra Lótus através da concessão da
causa, essência e semente da iluminação
ao Jyougyou Bossatsu (Visitakaritra), aqui
vamos nos ater a esses conceitos primordiais.
Iluminação para Todos, é a afirmação que
Buda faz, no 7º Capítulo do Sutra Lótus
“Elo do Passado”, capítulo tradicionalmente
conhecido pela parábola do Castelo
Imaginário, onde Buda incentiva de todas
as formas os devotos a seguirem em frente,
pois logo adiante um castelo com todos
os privilégios os aguardavam. Este castelo
representa a iluminação.
A iluminação, na verdade é a maior das
bênçãos que se pode receber. No entanto,
para se chegar a ela precisamos de vários
outros incentivos e bênçãos que nos
sustentem até chegar nessa bênção principal.
Esse fato deriva da nossa capacidade. Ou seja,
o processo da iluminação pela prática ascética
deve levar em conta o tempo e a capacidade.
Não podemos, simplesmente, tal como na
Era de Buda, simplesmente meditarmos ou
procurar realizarmos certas práticas mentais
e físicas que estão além do nosso alcance.
Portanto, o quesito mais importante é: se em
nossa natureza búdica já temos inserida a
causa, essência e semente da iluminação, e
a época em que vivemos.
A época em que vivemos, é a Era Mappou,
de decadência, onde os seres nunca, em
nenhuma vida passada, sequer praticaram
ou ouviram falar do Darma Sagrado
Namumyouhourenguekyou, que representa
a causa essência e semente da iluminação.
Os contemporâneos de Buda são seres
considerados já portadores dessa semente
da iluminação. Portanto, a esses seres bastaria
a bênção o amadurecimento e a colheita da
iluminação. Isso porque existem três tipos de
iluminação: pela Semente, amadurecimento
e pela colheita. As duas primeiras bênçãos
servem para os contemporâneos de Buda,
das Eras Shobou (Darma Correto) e Zoubou
(Darma Figurativo), e a bênção da iluminação
pela semente cabe á nós, da Era Mappou. Isso
tudo no processo de iluminação faz toda a
diferença.
O Grande Mestre Nissen Shounin nos ensina
isso pelo seguinte verso:
何事も たねが大事ぞ 成仏も
Nanigoto mo tane ga daidi zo dyoubutsu mo
本因妙の たねにあらずば
Hon-ninmyou no tane ni arazuba
“A semente é importante para tudo,
principalmente para iluminação.
E essa semente tem que ser
a da causa mística primordial.” (N.2078)
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