Quem mexeu no
meu emprego?
Antonio de Sousa
Na quase totalidade dos meus empregos sempre pedia demissão em busca de melhores oportunidades, culminando com uma carreira internacional como diretor de auditoria de sistemas, palestrante e consultor, em mais de vinte países.
Nos poucos casos em que fui demitido, tinha visão muito clara de que tal aconteceria, por falta de serviço e nunca por incompetência. Modéstia à parte, uma vez um empregador tinha que cortar mão de obra e me demitiu por entender que eu estaria melhor preparado para me recolocar no mercado. Encarei a situação como um elogio sincero da parte dele.
Iniciei minha carreira aos oito anos de idade como sorveteiro, cocadeiro e carreteiro, além de ajudar vizinhos em pequenos consertos e descarga de material de construção. Lembro-me de que ajudava os meus pais financeiramente.
Na época do curso secundário como técnico eletrônico, num período de desemprego passei a ser ajudado pelos meus pais, pois queria manter as assinaturas de revistas sobre eletrônica para melhorar a minha formação.
O curso técnico era num colégio que já fora reconhecido como o melhor no estado de São Paulo, mas quando estava lá era considerado o pior. Mesmo assim fui selecionado entre os cinco candidatos dentre 2 mil, num processo seletivo de estágio para a Rede Globo. O que fez a diferença foi o meu empenho como autodidata e trocando informações com os colegas mais dedicados e que tinham ótima visão de futuro.
Desde cedo já sabia que ninguém mexeria no meu emprego. Desde cedo tomava as rédeas da minha carreira profissional. Aos dez anos de idade já viajava com meu próprio dinheiro, fruto do meu trabalho. Aos dezesseis comprei meu primeiro terreno. Construí uma casa aos vinte e dois e, aso quarenta funcei a ISACA – Information Systems Audit and Control Association – no Brasil. Aos quarenta e dois fundei a minha primeira empresa de auditoria e consultoria. Já prestamos serviços em mais de vinte países, com nossa equipe do Brasil.
Uma passagem interessante foi quando tinha uma carreira brilhante como técnico eletrônico e cursava Administração de Empresas, com ênfase em Análise de Sistemas, nas FASP. Para mudar de profissão tive que ser estagiário na Pfizer e para isso reduzi o meu salário a um terço. Tive apoio total da minha esposa. O próprio discurso na entrevista foi: “Alguém que reduz o salário a um terço não está aqui para brincadeira”. Fui contratado, juntamente com outro colega como os primeiros estagiários de TI da Pfizer, no Brasil.
Como política da empresa, éramos sempre lembrados de que não seríamos efetivados. Mesmo tendo atingido metas sequer esperadas por nossos gestores em tão pouco tempo de estágio, com direito à carta de reconhecimento da diretoria.
REVISTA LIDER COACH | Maio | 18
Para os empreendedores e visionários ninguém nunca mexe.
A boa notícia é que você pode retomar o rumo da sua carreira,
onde quer que esteja.