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LiteraLivre Edição Especial nº 1
Conheci um sujeito na internet tão fã de baratas que Jerry O’ Connell,
em “Joe e as baratas”, o invejaria. Só de ver uma imagem de barata no
lugar da foto de perfil, logo pensei: “não dá pra confiar nesse cara...”. Ele
sabia tudo sobre as criaturas, tinha um arsenal de imagens e artigos e,
pasmem, fazia até poemas a elas. Isso sim é esquisitice. E eu aqui
preocupada com uma fobia...
Para encerrar esta conversa barata e desbaratar de vez esse meu medo
de baratas, vou contar o pior lance que tive com uma (faz parte da
terapia...). Era tarte quando, numa de minhas últimas ações ritualísticas
antes de ir para a cama, ao abrir o armário para pegar minha escova de
dentes, me deparei com a mais nojenta de todas as baratas da face da
Terra. Fiquei sem ação, acho até que ela me hipnotizou, desaparecendo
em seguida. Tudo bem, nada de pânico. Desinfetei a escova (não são
baratas) e voltei ao meu ritual... Bochecho, uma espiada no espelho e,
de repente, vejo a bichona subindo pelos meus cabelos. Senti um arrepio
eletrizante que ia da nuca à última vértebra. Eu não sabia se gritava,
sapateava ou descabelava. Fiz tudo isso junto, o que me impossibilitou
de ver para onde havia ido aquele bicho dos infernos.
A minha escova eu vi, minutos depois, boiando... dentro da privada.E, a
saber, minha “catsaridafobia” ainda resiste. Bem como as baratas.
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