Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre - Edição Especial 01 | Page 51

LiteraLivre Edição Especial nº 1 Conheci um sujeito na internet tão fã de baratas que Jerry O’ Connell, em “Joe e as baratas”, o invejaria. Só de ver uma imagem de barata no lugar da foto de perfil, logo pensei: “não dá pra confiar nesse cara...”. Ele sabia tudo sobre as criaturas, tinha um arsenal de imagens e artigos e, pasmem, fazia até poemas a elas. Isso sim é esquisitice. E eu aqui preocupada com uma fobia... Para encerrar esta conversa barata e desbaratar de vez esse meu medo de baratas, vou contar o pior lance que tive com uma (faz parte da terapia...). Era tarte quando, numa de minhas últimas ações ritualísticas antes de ir para a cama, ao abrir o armário para pegar minha escova de dentes, me deparei com a mais nojenta de todas as baratas da face da Terra. Fiquei sem ação, acho até que ela me hipnotizou, desaparecendo em seguida. Tudo bem, nada de pânico. Desinfetei a escova (não são baratas) e voltei ao meu ritual... Bochecho, uma espiada no espelho e, de repente, vejo a bichona subindo pelos meus cabelos. Senti um arrepio eletrizante que ia da nuca à última vértebra. Eu não sabia se gritava, sapateava ou descabelava. Fiz tudo isso junto, o que me impossibilitou de ver para onde havia ido aquele bicho dos infernos. A minha escova eu vi, minutos depois, boiando... dentro da privada.E, a saber, minha “catsaridafobia” ainda resiste. Bem como as baratas. 46