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LiteraLivre Edição Especial nº 1
alvo de afeto, Justine, uma jovem e formosa moça filha de Joaquim, o ferreiro
dono do lugar.
O fato é que João perdido em seu platonismo pela jovem temia nunca
poder conquistar seu afeto e amor sem as virtudes financeiras dos abastados
brancos e por isso apelou ao poço por meses a fio. Poço, pai indireto de muitos
segundo seu pai, que lhe contava as histórias desde a tenra idade.
De certo muitos testemunhavam a favor de um misticismo envolvendo o
poço de maneira que o senhor de seu pai, Zulu Silveira, apenas logrou sucesso
com o mesmo. Vindo pra terras de pindorama, falido e condenado pela coroa,
pagou por seus pecados em terras tupiniquins até que visando tirar do papel
um projeto de moinho e fábrica de farinha clamou ao poço dando-lhe
oferendas de dobrões por escravos que o executassem. Assim veio a ele dado
por um amigo, escravos como Zulu Silveira, escravos que compelidos ao
trabalho edificaram o projeto de seu senhor, Emmanuel Nogueira.
Porém, extenuado das longas jornadas de servidão, Zulu Silveira clamava
em seu âmago íntimo pelo descanso da liberdade e em segredo pediu ao poço,
com poucos dobrões custosos, por uma família livre. Assim fora que
engravidou sua mulher de João Silveria quando ainda no percurso da gravidez
se anunciou a lei do ventre livre e com notável esperança, Zulu viu se formar
no ventre da jovem negra o futuro de uma família livre através de João
Silveira.
João cresceu ouvindo as histórias do famigerado poço que estava em
meio a uma densa floresta no meio do nada, e quando cresceu seu pai pediu
para que ele vivesse o que nunca viveu. Fosse ao sabor do vendo que lhe
desvelaria os caminhos da liberdade e lhe dissesse aonde eles deram, pois
João teria como senhor apenas Deus.
Porém, com temor João viu sua liberdade cerceada pelas limitações
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