Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 9ª edição | Page 35

LiteraLivre n º 9 – Maio / Jun de 2018
descontrolada. Pegou o menino pelo pescoço e o arrastou escada abaixo, levando-o para a cozinha.
Chegando lá, Amélia Machado jogou Bernardo encima da mesa. Apesar de já ser bem velha e bastante magra Amélia possuía uma força descomunal.
O menino só conseguia gritar e gritar a plenos pulmões. As lágrimas escorriam de seus olhos sem parar, banhando seu rosto e encharcando sua camiseta.
Amélia Machado, num surto psicótico, pegou um cutelo da gaveta do armário e partiu para cima do garoto. A mulher de orelhas de elefante aproximou-se de Bernardo, dando gargalhadas assombrosas que gelavam o sangue do menino.
Fazendo um corte preciso na barriga do moleque, Amélia Machado separou pele de carne e, escolhendo o fígado como prato principal, se deleitou naquele banquete macabro.
Os amigos de Bernardo esperaram por horas, sem terem coragem de entrar na casa da bruxa de orelhas de elefante. Foram para casa tremendo e assombrados pelo grito que ecoou em seus ouvidos e pela gargalhada assombrosa que ouviram, antes de um relâmpago iluminar o céu e as luzes de todos os postes da rua se apagarem.
Ninguém sabe ao certo o que aconteceu com Bernardo. Reza a lenda que a bruxa Amélia Machada devorou-o inteiro, comendo até os ossos. A casa onde ela vivia ainda se encontra na cidade de Natal e, até hoje, as pessoas temem passar em frente a ela e as crianças, como sempre malcriadas, insistem em entrar na propriedade da velha Amélia Machado. Quem naquela casa entra, nem sempre é visto de novo. confabulandocomtiohelder. blogspot. com
30