LiteraLivre n º 9 – Maio / Jun de 2018
A Palavra Lavra
Josafá de Orós Campina Grande / PB
“ Que tempo enorme uma palavra encerra!” W. Sheakespeare( 1564-1616)
Ricardo II, Ato I. Trad. Carlos Alberto Nunes)
“ Dize a tua palavra e segue o teu caminho, deixando que a roam até o osso”. Miguel de Unamuno( 1864-1936)
A palavra Por si mesma É trabalho.
A palavra também é ócio, e Por si mesma É cio.
A palavra é til Assento agudo A palavra é grave.
A palavra É suada Molha a língua.
A palavra é suave No pentagrama Não da a mínima: pausa de tempo infindo.
A palavra É obtusa Se se mastiga É oclusa.
A palavra é reclusa Entre dentes Enamora língua e silencia.
A palavra recusa
Entre lábios Outras línguas.
Entre dentros A palavra Só se mostra no escuro.
A palavra É lavra desconhecida Aventura dizeres
A pá( Lavra) a terra Encerra o código.
A palavra é alimento Que sai da boca Cimento e verbo.
A palavra é livro A palavra é espelho ambíguo De imagem e transparência De abismo!
A palavra é buraco Buraco no vazio De autor desconhecido.
A palavra Lavra e trava.
A palavra é brava
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