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LiteraLivre nº 6 – novembro de 2017
Ilha de Vera Cruz
Amélia Luz
Pirapetinga/MG
Barcos de fé ancoraram na baía
Velas portuguesas tremulavam.
Navegantes ambiciosos
Desenharam sonhos de pau-brasil,
De açúcar, de oiro e esmeraldas
Debaixo da linha dos Trópicos.
Tribos inteiras entregaram mãos inocentes
Até então livres e soltas na floresta imensa!
Anhanguera!!! Anhanguera!!!
Pesadas correntes de dor sepultaram almas sofridas
Que já não podiam erguer seus olhos
Para clamar na taba por tupã e jaci...
O pajé entristeceu apagando seu cachimbo
Esquecendo suas oferendas e premonições.
Enquanto isso, tambores amordaçados
Já não gritavam, nem batucavam.
Adormeciam calados nos bancos das escolas
Ou debaixo dos buritizais...
Aos domingos pintados de urucum
Adornados de penas coloridas de tucano
Nativos rezavam missas inteiras em latim!!!
“Et intrito al
altare
Deum”...
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