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LiteraLivre nº 6 – novembro de 2017
Identidade
Clarice de Assis Rosa
Ituiutaba/MG
Regina era uma mulher aparentemente forte e destemida. Com seus 35 anos,
ainda mantinha seu corpo esbelto e juvenil.
Por onde andava, Regina despertava olhares, seja de cobiça, interesse, inveja,
ou simplesmente, curiosidade. O fato é que, nunca passava despercebida e
sabia exatamente disso.
Vivia uma vida de aparências, era deslumbrantemente linda.Quem via a sua
aparência, jamais poderia supor a sua essência.
Por ser uma pessoa vazia, desprovida de crenças religiosas, fé, conhecimentos
acerca da realidade em que a cerca, buscava de todas as formas alimentar a
curiosidade das pessoas, fazer com que a achassem interessante, além do que
realmente era, como se fosse possível enxergar sua alma, através de uma
simples máscara.
E assim, ía conseguindo o que queria: amigos, vida social, namoros. Ela
queria sentir-se amada, importante e tinha a sensação de que conseguia,
mesmo percebendo depois que as pessoas não poderiam gostar dela pela sua
essência, pois nem ela mesma sabia qual era.
Tentou encontrar Deus, buscando-o em várias religiões, acreditando que
assim preencheria esse vazio que existia dentro de si, e que assim construiria
sua própria identidade.
Em cada religião procurada, existia um Deus, ora ela se encantava com um,
que era o Deus do amor, ora decepcionava-se com outro, que era o Deus
vingativo e assim foi passando o tempo e ela conhecendo em cada canto, um
Deus....Deus da guerra, Deus da paz, da dor, da consolação e chegou a
conclusão que não seria Deus também o responsável pelo sentido, cujo o qual,
ela procurava dar à sua existência..
As amizades iam-se embora, cada vez que absorviam de Regina o que era
necessário no momento para satisfazer seus próprios anseios. Namoros,ela
não sabia valorizar-se para ter o direito de exigir respeito e amor. Sabia
cobrar, mas não sabia dar motivos para que optassem ficar ao seu lado.
Olhava as pessoas ao seu redor, tinha esse costume de observar pessoas,
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