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LiteraLivre nº 6 – novembro de 2017
após a perda de dois filhos. Ele morre aos 36 anos. È o maior poeta
catarinense.
O que me parece incrível e emocionante e que me induziu ao termo é a
colocação de gemer e sonhar e que bem espelha a capacidade em questão. Ser
atingido e olhar em frente. Não sucumbir, encontrar forças na própria dor.
Muitos fatores auxiliam ou predispõem à resiliência, entre eles afeto
autoestima, laços afetivos fortes, fé, espiritualidade, flexibilidade, bom humor,
alegria, tolerância, sabedoria, discernimento.
Dependendo da fase da vida é uma destas características que se
sobressai ou grande parte delas entrelaçadas que fazem a rede capaz de
segurar a pessoa para não cair, tal qual aquela rede utilizada pelos bombeiros,
que além de segurar, aproveita o próprio peso e ainda impulsiona para o alto.
Relembrando a vida do poeta, não posso deixar de lembrar certas
situações que às vezes parecem tão fortes a ponto de causar mágoa como
perceber-se alvo de ciúme de quem julgava amigo, mas que nada representa a
não ser a prova da humanidade de todos nós, tanto de quem assim atua
quanto de quem se deixa atingir, afinal cabe a cada um a escolha do caminho a
seguir, se carregando mágoas como quem carrega um saco de batatas podres,
que além de pesar atinge quem o carrega e quem está ao redor ou
enterrando-o para servir de adubo que só fortificará mais os brotos que dali
nascerem.
Lembro também pessoas maravilhosas que conheço e são tantas que
usaram a dor para serem melhores e são fantásticas, alimentam o sonho, seu
e de outros que tem o prazer de serem seus amigos e conhecerem a fortaleza
de ternura em que se transformaram.
Por isto apesar dos raios, das tormentas, das dores e dos conflitos é
importante ser otimista, permanecer íntegro e cultivar a esperança nas
pessoas, no amor, na vida.
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