Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 5ª edição | Page 84

LiteraLivre nº 5 Ele então ficou Pensante e desconhecido Chorou muito velórios Consolou mulheres e maridos Se acostumou com a seca Com o povo tão sofrido Arrumou uma outra mulher Pra tentar ter na vida amor Mas a fome, a dor, a seca Tiraram da vida o sabor O desgosto as agruras Sua mulher também levou Quanta sina nesse mundo Aquele pobre nordestino Sofrido, cansado e triste Desde que era um menino Via a cada dia A dor de quem estava partindo - Setembro de 2017 Dia e noite sem parar Teve rajada de vento E relâmpagos para assustar Aquela poderosa chuva Veio tudo transformar Quem cantava ladainhas Aprendeu a ser pintor Ser padeiro, ou pedreiro E a vida melhorou Pois a riqueza da chuva Aquele lugar transformou E assim é todo ano No nordeste essa sina Acreditar ter esperança Sempre com muita estima Pois essa é a realidade Da morte e vida nordestina Desejou pra si também A morte e o morrer Desejou que acabasse Tudo que estava a sofrer Desejou com sua alma Mas não viu acontecer Quanto mais queria Acabar seu sofrimento Mais ficava forte Tinha mais conhecimento Tinha muitos amigos E um pouco de alimento Então chegou um dia Em que aquele sertão mudou Foi depois de tantos anos Depois que o mundo se acabou Começou serena e fraca Mas logo se intensificou Choveu por longos dias 79