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LiteraLivre nº 5
- Setembro de 2017
Eu Bebo Sozinho
Vitor Luiz Leite
Rio de Janeiro/RJ
Eu bebo sozinho!
Mas a meretriz ainda está na cama,
de sutiã e solitária polaina.
Amanheço com a boca seca.
Tomo banho na rua
arrastando o peito na sarjeta.
Eu bebo sozinho!
De pé, debruçado no balcão.
Caído de costas provocando o
rufião.
Eu bebo sozinho!
Mas não lembro se estava assim
ontem.
Pois eu apaguei antes de terminar a
escada
Eu bebo sozinho,
e me distraio facilmente com o suor e fui acordado por um garoto ou
um homem.
do copo.
E troco as pernas ao sair procurando
um novo foco.
Eu bebo sozinho...
e trato mal a mocinha da cantina.
E apanho de quem dela se servia
antes mesmo do meio dia.
Eu bebo sozinho...
e ele me despertou com um tapa.
Contou sobre a moça ferida
que no primeiro degrau sangrava.
Eu bebo sozinho?
Bom... Mas nem sempre foi assim.
Um dia eu tive companhia.
Era a loucura que sorria para mim!
Eu bebo sozinho:
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