Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 5ª edição | Page 123

LiteraLivre nº 5 - Setembro de 2017 Para um blues de rejeição Petulante, afirmou que daria fim aos meus cravos do nariz “Meu nariz não tem cravos, o que vê são medalhas” Nos beijamos como uma batida de porta Afirmativa, barulhenta e significativa Jogamos os copos no lixeiro azul Nos ladrilhos homens sem querer voltar pra casa Em casa, mulheres sem querer que os homens voltem Arsênio injetado por um farmacêutico grego Pelo meio da Hercílio até o mercado Adiante Um lugar nos espera Com um gato que parece Carlitos Derrubando prendedores de varal Para ficar acomodado Com uma melancia pela metade Com os sons de uma cidade que previu o dia Todo esplendor de uma lâmpada queimada Sob estrelas vermelhas O soturno barbear da catarse Retentores em tanques de guerra As mazelas, os deleites, os ecos e ruídos Ainda dormiremos juntos E acordaremos nus, com a janela semiaberta Ouvindo o sempre pontual vendedor de ovos caipiras www.estrAbismo.net 118