Revista LiteraLivre Revista LiteraLivre 5ª edição | Page 112

LiteraLivre nº 5 - Setembro de 2017 Parodiando Ferreira Gullar Gilberto Moura São Luis/MA Como dois e dois são quatro. Às vezes a vida não vale a pena. Porque o pão é muito caro. E a liberdade muito pequena. Os teus olhos já não são claros. E a pele não é mais morena. A poluição prenomina no oceano. Esgoto polui a laguna que era serena. Não existe mais tempo de alegria. O terror se sucede, não apenas acena. A noite ainda carrega o dia Mas o colo não e mais de açucena Sei Sei E o E a que dois e dois não são quatro. que às vezes a vida não vale a pena. pão ainda continua caro. cabeça do opressor muito pequena. Ainda com métodos iluministas. Preconizados por Nicollo Maquiavel. Sem educação e saúde é só vexame. Prevalece a ação insana e cruel A arma agora é outra. A vergonha também é pouca. O poder do biltre patriarca. Fez dessa terra uma arca. Em surdina algum ainda almoça. Recorre-se ao poder do judiciário. Troca-se o velhinho pela sua moça. E os maranhenses vão ao calvário. Como dois e dois são quatro. A vida ainda pode valer à pena. Se no próximo confronto. O povo ir à revanche do desacato. 107