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LiteraLivre nº 5
- Setembro de 2017
Parodiando Ferreira Gullar
Gilberto Moura
São Luis/MA
Como dois e dois são quatro.
Às vezes a vida não vale a pena.
Porque o pão é muito caro.
E a liberdade muito pequena.
Os teus olhos já não são claros.
E a pele não é mais morena.
A poluição prenomina no oceano.
Esgoto polui a laguna que era serena.
Não existe mais tempo de alegria.
O terror se sucede, não apenas acena.
A noite ainda carrega o dia
Mas o colo não e mais de açucena
Sei
Sei
E o
E a
que dois e dois não são quatro.
que às vezes a vida não vale a pena.
pão ainda continua caro.
cabeça do opressor muito pequena.
Ainda com métodos iluministas.
Preconizados por Nicollo Maquiavel.
Sem educação e saúde é só vexame.
Prevalece a ação insana e cruel
A arma agora é outra.
A vergonha também é pouca.
O poder do biltre patriarca.
Fez dessa terra uma arca.
Em surdina algum ainda almoça.
Recorre-se ao poder do judiciário.
Troca-se o velhinho pela sua moça.
E os maranhenses vão ao calvário.
Como dois e dois são quatro.
A vida ainda pode valer à pena.
Se no próximo confronto.
O povo ir à revanche do desacato.
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