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LiteraLivre nº 5
- Setembro de 2017
para que eu possa conhecer melhor o que há em volta. Um exercício de
elaboração
participativa,
entre
pessoas
convidadas
a
dar
sua
contribuição para elaboração de algo maior do que apenas uma opinião.
Os adeptos de Sócrates eram convidados a emprestar seus olhos para
que todos pudessem ver através dos olhos dos outros e assim poder
crescer. Coisa elegante, generosa e efetiva, movida pelo respeito e pela
admiração daquilo que se opõe a mim, que é diferente de mim, o outro,
o próximo, ou seja, tudo o que não sou eu.
Perde quem tenta transformar algo tão precioso, que é o outro, o
diferente, o que não está contido em mim, o complementar, o que ainda
me falta, em uma réplica do conhecido, do manjado, do mastigado e
digerido, um clone do eu. Este não cresce, não rompe suas limitações,
não ultrapassa fronteiras e morre enterrado no próprio umbigo, não
desperta, não vive.
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