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LiteraLivre Edição Especial nº 03 - 2019 Senti desespero, afinal eu não tinha uma casa para ir. Teria que voltar para o local onde estava antes. O que seria de mim? — Ouviu isso? — Ela me perguntou sorrindo. Miei em resposta. “Não tenho casa. ” — Ainda precisará de cuidados. — O homem que cuidou de mim continuou. — Vou passar algumas receitas. Foram saindo da sala e eu segurei a blusa dela. Não queria ficar sozinho. — Eu, calma! Eu já volto. Ela se soltou de mim e eu fiquei lá. Tinha medo dela não voltar. Sei lá, eu já estava curado. Talvez ela fosse embora para sempre. Então ela voltou, como disse que faria. — Olha o que eu trouxe pra você. Uma coleira com o seu nome. “Como assim? ” Eu não tinha nome. Ela tinha me chamado de gatinho e de valente, mas eu não sabia ao certo qual dos dois era meu nome mesmo. — Vou te chamar de Valentim, meu menino valente. Ela colocou a coleira no meu pescoço. Aquilo era estranho. — Vamos Valentim, a mamãe vai te levar pra casa. Não pensei duas vezes e pulei no colo dela. Esfregue meu focinho nela. Saímos daquele lugar é fomos para casa. http://www.megmendes.com/ [39]