LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
Despedida
Fernanda Soares Junqueira
Ribeirão Preto/SP
Temos que saber a hora de ir embora
Vou como quem veio de passagem
Carrego nas costas
um punhado de sonhos
e a claridade dos poemas
( essa luz é minha e ninguém pode apagá-la )
Na boca obstinada
a canção que não se quis ouvir
No olhar saturado de esperas
a primavera que não pôde florir,
o tempo de um amor já gasto
feito dos silêncios das noites não vividas
desaventuradas.
Vou-me embora ( negada )
Deixo na sua secura lírica
o amor derramado feito leite
e nem vou chorar por isso.
Nem tudo vale a pena
independente da grandeza da alma.
47