LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
achavam a convivência com os novos amigos um verdadeiro lá e cá!
Tudo piorou e muito quando o amigo Não, sem qualquer aviso, deixou de existir
definitivamente entre nós.
Com sua ausência, as mentiras e maldades criadas com o uso indevido de meu
nome, ficaram assustadoras. O excesso de “sins” trouxe péssimos e incorrigíveis
problemas para a humanidade, o que me deixava amargurado e triste.
Os anos se passavam e eu, cada vez mais cansado de conviver entre os erros e
acertos das pessoas, passei a imaginar o mundo sem minha presença, se ficaria
melhor ou pior, caso eu optasse por sumir.
Com esse pensamento em mente, saí por aí sobrevoando oceanos. Atravessei
continentes e voei para o além de todas as fronteiras.
Sumir... sumir... Era tudo que eu queria.
E foi sob um céu azul e a imensidão de um mar calmo e convidativo que resolvi
mergulhar!
Sim, o Sim deixará de existir, está decidido!
A água estava deliciosamente morna, como eu. As ondas brincavam com minhas
letras e me levavam cada vez mais longe. Dancei entre peixes, corais e algas o
bailado final.
Já exausto e sem forças, desprendi-me desse mundo.
O meu S foi se distanciando do IM. O meu M se soltou do I sem qualquer Dor.
Restava agora o último suspiro! Fechei os olhos e deixei que o Destino fosse
cumprido.
***
Aqui fica registrado que em uma manhã ensolarada, junto às águas de um mar
calmo e cheio de vida, o Sim se desintegrou.
Com o seu falecimento e a ausência do Não, as pessoas passaram a viver no
mundo da Dúvida e do Talvez, o que causou incertezas em todos, criando um
verdadeiro mal estar entre o Bem e Mal.
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