LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018
Almada Negreiros
recordava a pastorinha
Chorada por todos e
conhecida por ninguém.
Morrera de seus amores, a
pastorinha,
Com ela suas mãos
compridas e seus olhos
também.
Almeida Garrett negava
o seu amor.
Não amava, queria,
O amor tinha de vir da
alma
E ele, na alma, tinha a
calma,
A calma do jazigo.
Sophia de Mello
Breyner Andresen
(reconhecia a sua fada)
Estava feliz, vivera a
madrugada que tanto
esperara,
De onde emergira da
noite e do silêncio
E, livre, habitava a
substância do tempo.
Zeca Afonso cantava as
canções de maio,
Rodeado e acompanhado
pelos seus amigos.
E a mensagem, que
ecoava bem,
Dizia “Traz outro amigo
também”.
E então era Amália
Rodrigues
Que à gente de sua terra
Cantava o triste fado.
E, a tristeza que cantava,
Dessa gente a recebia.
E este Olimpo de Poetas,
Nas palavras de Florbela Espanca,
Davam como se fossem
Reis do Reino de Aquém e de Além Dor,
Tinham dentro um astro que flamejava,
Garras e asas de condor!
Tinham fome e sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
E condensavam o mundo num só grito!
Encantado por uma fada chamada Oriana.
https://www.facebook.com/mjmcastro/
99