Revista LiteraLivre 7ª edição | Page 104

LiteraLivre nº 7 – janeiro de 2018 Almada Negreiros recordava a pastorinha Chorada por todos e conhecida por ninguém. Morrera de seus amores, a pastorinha, Com ela suas mãos compridas e seus olhos também. Almeida Garrett negava o seu amor. Não amava, queria, O amor tinha de vir da alma E ele, na alma, tinha a calma, A calma do jazigo. Sophia de Mello Breyner Andresen (reconhecia a sua fada) Estava feliz, vivera a madrugada que tanto esperara, De onde emergira da noite e do silêncio E, livre, habitava a substância do tempo. Zeca Afonso cantava as canções de maio, Rodeado e acompanhado pelos seus amigos. E a mensagem, que ecoava bem, Dizia “Traz outro amigo também”. E então era Amália Rodrigues Que à gente de sua terra Cantava o triste fado. E, a tristeza que cantava, Dessa gente a recebia. E este Olimpo de Poetas, Nas palavras de Florbela Espanca, Davam como se fossem Reis do Reino de Aquém e de Além Dor, Tinham dentro um astro que flamejava, Garras e asas de condor! Tinham fome e sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e cetim… E condensavam o mundo num só grito! Encantado por uma fada chamada Oriana. https://www.facebook.com/mjmcastro/ 99