Revista LiteraLivre 19ª edição | Page 69

LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020 Eni Ilis Campinas/SP Chuva Não para de chover. Não adianta abrir a janela porque ela não vai sair. Chuva mansa, chuva fina. Chuva que fica a espera da rima e rima não há. Sempre chove dentro, não adianta abrir a janela, mas se abre. O tempo fica pesado na areia da ampulheta, às vezes, empedra, engasga. Aparece hiato. Há que se balançar a ampulheta para a areia escorrer silente, mas o gesto não nasce. O tempo para, não a chuva. Eis a rima. [66]