LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020
Charles Burck
Rio de Janeiro/RJ
Poema
O jardim não termina no mar
livro não termina agora
O testamento é a lição da explosão do amar bem longe de nós dois
Aos dias que se sucedem preenchendo os vazios
Nas molduras dos olhos distantes
As apáticas evidências que o amor acontece em algum frio lugar
Uma moldura mais bela do que a tela a nos forçar a contemplar a diversão dos
que nos ignoram
e as vidas concretas não nos permitem atrasos, assim somos barrados na porta
Banidos nos olhos
Quando o poema começa a germinar na fenda expostas, o mundano e o acaso se
beijam intrometendo-se sem convites formais
eu preciso dar o meu lugar na cama à solidão que dispensa argumentos
enquanto a flor brota em outro lugar
Eu revolvo a terra morta
Em busca de qualquer semente que cheire a rosa
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