LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020
Cacyo Nunes
Gravataí/RS
A Conjectura de Collatz
Bruna levou uma amiga para casa. Como diria um verdadeiro matemático,
isso era altamente não-trivial! Essa amiga era a Alana. Bruna tinha ficado com
medo no começo, mas Alana sorriu e disse que queria ser amiga dela e
perguntou para Bruna se elas podiam ir na casa dela depois da aula.
Bruna viu Alana distraída com os carros na rua e perguntou:
– Alana, tá tudo bem?
– Sim, Bruna, eu só achei que tivesse visto um carro sem motorista.
– De onde você tirou isso, Alana? Isso é fisicamente impossível.
– Ah, você sabe que eu sou doidinha. Ei, eu posso ver o seu quarto, Bru?
Isso só deixou Bruna mais nervosa ainda. O quarto de Bruna era cheio de
livros e cartazes e coisas de matemática. Bruna ficou com medo de Alana achar
que ela era uma nerd e não querer mais ser amiga dela. Mas então Alana
perguntou:
– O que é esse pôster aqui, com essas bolinhas girando?
– É a Conjectura de Collatz. Pensa em qualquer número. Se for par, divide
pela metade. Mas se for ímpar, faz vezes três mais um. E daí faz isso de novo e
de novo. Sabia que sempre dá um no final? E tem um prêmio pra quem descobrir
um número que não vá para um. Com certeza é algum número muito, muito
grande, porque eles já tentaram com todos os números pequenos.
– Ah, então eu só vou lá dizer um número muito grande e pegar o prêmio
pra mim, eles não tem como saber se é ou não é! - Alana se riu.
– Mas na Matemática não funciona assim, Alana, você tem que provar se as
coisas estão certas ou erradas! - Bruna riu também.
Antes que Alana pudesse dizer alguma coisa, as duas ouviram um celular
tocando. As duas viraram a cabeça ao mesmo tempo, percebendo que o barulho
vinha de dentro do guarda-roupa de Bruna. Então, com um impacto que fez um
barulho muito alto, a porta do guarda-roupa abriu e um celular caiu no chão,
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