Revista LiteraLivre 19ª edição | Page 43

LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020 Cacyo Nunes Gravataí/RS A Conjectura de Collatz Bruna levou uma amiga para casa. Como diria um verdadeiro matemático, isso era altamente não-trivial! Essa amiga era a Alana. Bruna tinha ficado com medo no começo, mas Alana sorriu e disse que queria ser amiga dela e perguntou para Bruna se elas podiam ir na casa dela depois da aula. Bruna viu Alana distraída com os carros na rua e perguntou: – Alana, tá tudo bem? – Sim, Bruna, eu só achei que tivesse visto um carro sem motorista. – De onde você tirou isso, Alana? Isso é fisicamente impossível. – Ah, você sabe que eu sou doidinha. Ei, eu posso ver o seu quarto, Bru? Isso só deixou Bruna mais nervosa ainda. O quarto de Bruna era cheio de livros e cartazes e coisas de matemática. Bruna ficou com medo de Alana achar que ela era uma nerd e não querer mais ser amiga dela. Mas então Alana perguntou: – O que é esse pôster aqui, com essas bolinhas girando? – É a Conjectura de Collatz. Pensa em qualquer número. Se for par, divide pela metade. Mas se for ímpar, faz vezes três mais um. E daí faz isso de novo e de novo. Sabia que sempre dá um no final? E tem um prêmio pra quem descobrir um número que não vá para um. Com certeza é algum número muito, muito grande, porque eles já tentaram com todos os números pequenos. – Ah, então eu só vou lá dizer um número muito grande e pegar o prêmio pra mim, eles não tem como saber se é ou não é! - Alana se riu. – Mas na Matemática não funciona assim, Alana, você tem que provar se as coisas estão certas ou erradas! - Bruna riu também. Antes que Alana pudesse dizer alguma coisa, as duas ouviram um celular tocando. As duas viraram a cabeça ao mesmo tempo, percebendo que o barulho vinha de dentro do guarda-roupa de Bruna. Então, com um impacto que fez um barulho muito alto, a porta do guarda-roupa abriu e um celular caiu no chão, [40]