Revista LiteraLivre 18ª edição | Page 209

LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019 William Fontana Rio de Janeiro/RJ Uma Mente Estranha Meu nome é Robson Avila e esse relato perdido em letras formam o inefável evento que me ocorreu. As niilidades cotidianas de minha vida social eram normativos como de qualquer pessoa ordinária que se ocupavam de suas atividades rotineiras enquanto um universo sobre nossas cabeças tecia o destino na trama do espaço-tempo. Parecia ser uma noite como outra qualquer em que num bar discutia futebol e meu amigo compartilhava inconfidências de seus adultérios com os demais o qual os deleites eram a discussão sobre a vida alheia. Como humano ordinário aquilo era tudo, sem saber como não desvelava os valores intrínsecos do sentido da vida. Mas isto estava por mudar quando ao retornar de carro um inesperado acidente fez-me ficar nas entranhas de meu carro empalado na cabeça com um vergalhão do caminhão o qual colidi. Aquilo era para ter sido fatal, mas por um inesperado milagre probabilístico após uma longa e complexa cirurgia sobrevivi. Segundo os médicos haveriam sequelas, todavia o que era para ser uma maldição se tornou uma inesperada virtude do acaso que inicialmente era malfadado. Com a terapia se constatou apenas o surgimento de uma hipersensibilidade sensorial similar ao de casos de autismo, o que fora um alívio para meu filho que me levou para a casa após o breve período de coma induzido. Porém, eventualmente me sucedia súbitos espasmos luminosos na vista como um clarão que como raio parecia penetras as curvas de meus neurônios. Associado a isso notou-se um aumento exponencial nas minhas atividades cerebrais tornando-me a uma capacidade de enxergar com clareza conhecimentos que para mim outrora eram demasiados complicados. Comecei a resolver problemas com grande facilidade e apresentar um gradual desdém no oposto, tal como na discussão sobre as vidas de terceiros. Ao relatar aquilo aos médicos em minhas visitas agora frequentes como acompanhamento após o acidente, relataram-me casos em que a síndrome de savant surgiam por vezes devido a traumas similares. Notadamente os remédios experimentais que se utilizavam para dar-me melhor qualidade de vida assim como melhor favorecer a cicatrização parecia ter como efeitos na promoção da produção de novos neurônios um aumento na atividade cerebral. Algo que foram constatados pela ressonância magnética. Não por menos ao realizarem um teste de QI comigo, observou-se um aumento exponencial na capacidade geral indo do QI 107 que era normal a 134 enquanto o raciocínio lógico deu 100% quando outrora era de 60%. Aquilo notadamente chamou atenção de estudiosos não somente do medicamento, mas das circunstâncias os quais fora utilizado aumentando o acompanhamento médico, terapêutico e psicológico de mim ao ir de paciente a uma quase cobaia. O procedimento seria repetido dentro de seis meses o qual uma nova bateria de exames, agora a custo do centro de pesquisas neurológicas. Atividades intelectuais se tornaram um prazer para mim, de ler livros de autores clássicos a [206]