LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Tauã Lima Verdan Rangel
Mimoso do Sul/ES
Poente Agonizante
Cavalga pelo extenso e cerúleo firmamento
O sol brilhante! Força incontida em alento
Agoniza em mais um dia tão mortificado
Tinge as nuvens de sangue avermelhado
É mais um poente tristonho e agonizante
Visões oníricas, opiáceas e tão inebriante
As nuvens dançam ao sabor do vento
Lufadas remodelam o desenho cruento
Uma manifestação final de um dia odioso
Vidas perdidas, lamento tão tenebroso
Os carros se movem como serpente
A vida esvai-se em um sentido latente
Como testemunhas de desmedida dor
Erguem-se os prédios em grande ardor
Os passantes seguem diante do cair
A noite ergue-se sem aviso a iludir
Eis o término de mais um dia doído
Entre corações perdidos e condoídos
Seguem o cotidiano da urbanidade
Esvai-se no poente toda felicidade
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