LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Maria Magaly Colares
Recife/PE
Das brutalidades humanas…
Estes versos não são de esperança,
Não são de reconciliação,
Não falam de amor.
São versos das dores que atravessam
Tempo e Espaço,
Corpo e Mente,
Dores que permanecem,
Ainda que digam que se pode se ressignificar...
São versos de alguém cujas chagas sangram com constância.
Numa forja pela brutalidade humana,
Tiraram-me a pureza,
Sem me permitirem o direito
De reconhecer que a tinha.
Tiraram-me a inocência,
Dando-me como única
Natureza o pecado insensato e incompreensível.
Degregaram-me ao silêncio
Omisso e pecaminoso.
Extirparam de mim a esperança e a fé.
Esperança de bons momentos,
Fé em dias melhores que não virão.
Restou medo e fúria.
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