LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
eterno de Felicidade? A Felicidade é algo maravilhoso, exatamente porque é
efêmero. Como uma utopia ela inspira nossa caminhada. O que nos concede
graça enquanto seres vivos é o fato de não sermos eternos nem completamente
felizes em nosso curto tempo existencial.
Finalmente, a ideia de Pequenas Porções de Bem me seduz pelo fato de que
não consigo explicá-las sem vivê-la como uma Conchinha do Mar. Quero dizer
que perder-se do que é grande, tornando-se apenas um fragmento... habitar
onde poucos lhe perceberão... não falar, deixar-se ser porta voz do vento... são
coisas que se parecem com as Pequenas Porções de Bem, pois elas o fazem
assim com a Felicidade. No entanto, a Conchinha não é uma Pequena Porção de
Bem, na verdade, a Pequena Porção de Bem é uma Conchinha. Há uma diferença
quando as coisas mudam de lugar, embora os matemáticos insistam que não. Sei
que a Felicidade nunca poderia ser reduzida a uma Pequena Porção de Bem assim
como o Mar nunca pode ser reduzido a uma Conchinha. Mas é certo que uma e
outra coisa carregam qualidades das outras, assim é possível saber da Felicidade
por uma Pequena Porção de Bem, assim como do Mar por uma Conchinha.
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