Revista LiteraLivre 18ª edição | Page 145

LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019 Marcos Andrade Alves dos Santos Canaan/Trairi/CE As Pequenas Porções de Bem Certa vez li um livro com importantes lições para a nascente Juventude deste século. Das coisas que RAUMSOL escreveu, uma, em particular, me chamou muita atenção, de modo que a gravei em letras douradas no profundo de minha alma. Ele escreveu: “A felicidade é algo que se outorga ao homem em pequenas porções de bem”. A ideia de “Pequenas Porções de Bem” me pareceu inspiradora para tratar o tema da Felicidade, justamente pelo que ela deixa de dizer. Uma leitura da frase nos leva a interrogar então o que seria a Felicidade? E certamente para compreendê-la é fundamental desabrochar a ideia de Pequenas Porções de Bem. Ao seguirmos o caminho do autor poderemos perceber que a Felicidade é algo que não se demora. É uma coisa que se divide pelo percurso e nunca se recupera da divisão. É para multiplicar-se que a Felicidade se divide pelo caminho. Aliás, quando compreendemos que a vida humana, tal qual a da terra, se organiza em ciclos, podemos perceber que a nossa ideia de Felicidade é tão fugidia quando ela mesma. A Felicidade é um relâmpago clareando a escuridão do homem, é uma primavera depois de um profundo inverno, é um poço de água num deserto. É por isso que sempre está de partida, se deixando dentro de vagas dentro das quais podemos nos banhar apenas por instantes pequenos. A felicidade nos entesoura as partidas. E faz de nós os seres que catamos migalhas para ficarmos mais ricos. Ninguém é absolutamente feliz. Este jogo da Felicidade é o mais inteligente desafio pelo qual temos de provar nosso valor. Ao se depositar no caminho em Pequenas Porções de Bem, a Felicidade venceu a nossa finitude. Que graça poderia haver em sermos completos ao alcançarmos numa única vez um estado [142]