LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019
Marcos Andrade Alves dos Santos
Canaan/Trairi/CE
As Pequenas Porções de Bem
Certa vez li um livro com importantes lições para a nascente Juventude deste
século. Das coisas que RAUMSOL escreveu, uma, em particular, me chamou
muita atenção, de modo que a gravei em letras douradas no profundo de minha
alma. Ele escreveu: “A felicidade é algo que se outorga ao homem em pequenas
porções de bem”.
A ideia de “Pequenas Porções de Bem” me pareceu inspiradora para tratar o
tema da Felicidade, justamente pelo que ela deixa de dizer. Uma leitura da frase
nos leva a interrogar então o que seria a Felicidade? E certamente para
compreendê-la é fundamental desabrochar a ideia de Pequenas Porções de Bem.
Ao seguirmos o caminho do autor poderemos perceber que a Felicidade é
algo que não se demora. É uma coisa que se divide pelo percurso e nunca se
recupera da divisão. É para multiplicar-se que a Felicidade se divide pelo
caminho. Aliás, quando compreendemos que a vida humana, tal qual a da terra,
se organiza em ciclos, podemos perceber que a nossa ideia de Felicidade é tão
fugidia quando ela mesma.
A Felicidade é um relâmpago clareando a escuridão do homem, é uma
primavera depois de um profundo inverno, é um poço de água num deserto. É
por isso que sempre está de partida, se deixando dentro de vagas dentro das
quais podemos nos banhar apenas por instantes pequenos. A felicidade nos
entesoura as partidas. E faz de nós os seres que catamos migalhas para ficarmos
mais ricos.
Ninguém é absolutamente feliz. Este jogo da Felicidade é o mais inteligente
desafio pelo qual temos de provar nosso valor. Ao se depositar no caminho em
Pequenas Porções de Bem, a Felicidade venceu a nossa finitude. Que graça
poderia haver em sermos completos ao alcançarmos numa única vez um estado
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