Revista LiteraLivre 18ª edição | Page 55

LiteraLivre Vl. 3 - nº 18 – Nov./Dez. de 2019 Clarice de Assis Rosa Ituiutaba-MG Alma transcendental Vislumbro, minuciosamente, aquele ser; olhar perdido, como se não soubesse o que fazia ali. Observo, atentamente, e percebo que ela não se sente confortável naquele lugar; ousaria dizer que pelas expressões desconexas não se sentia bem em lugar algum . Eu nada mais era que uma espectadora, analisava aquela mulher há algum tempo, talvez anos, quiçá uma vida inteira. Aparentava ter uma vida feliz, independente, desprovida de maiores preocupações; mulher de sorriso fácil, capaz de fazer despertar o senso de humor até mesmo nos mais recatados; olhar misterioso e profundo, gostava de tentar desvendar os segredos mais íntimos, muitas vezes jogo.Perigoso? sequer Talvez, perceptíveis porém, a quem dava-lhe os a tem. Ela sensação gostava de desse onipotência ;conseguira perscrutar os mistérios de um ser além do que qualquer outra pessoa mensurasse conseguir. Sigo-a em diversas ocasiões, atentando-me para suas ações e reações; ora me parece feliz, sensata em suas decisões,ora me apresenta versões ilusórias, capazes de confundir somente a si mesma. Por vezes, meus devaneios entrelaçam-se ao dela. Não consigo identificar a autoria de determinados pensamentos. —Sou eu uma espectadora? Sou essa mulher? Continuo, o que agora mais se parece com uma perseguição , atordoada, em busca de respostas. -“Preciso encontrar esta mulher, precisamos conversar , preciso lhe dizer que a observo faz tempo, embora nunca tenha lhe dito nada” [52]