LiteraLivre Vl. 3 - nº 17 – Set./Out. de 2019
que ficou sabendo e veio assim mesmo. A essa altura já estavam na segunda
grade de cerveja. A campainha toca novamente. Era a comadre que aparecera.
― Olá Compadre! Vim à sua festa e quero que vocês apareçam na minha. Vai
ser às 18 horas. Acabe aqui e vá pra lá, está bem?
― Olá Comadre. Olha, não posso garantir, pois não posso mandar o pessoal
embora. Não é de bom tom. Explica o rapaz.
― Tudo bem. Mas vocês vão, não é? Insiste a mãe.
― Não sei. Se todos tiverem saído, sim. Caso contrário, não. Tenta explicar
mais uma vez o Compadre.
A mãe e sua família ficam na festa e começam a se divertirem também. O
João, um dos convidados, diz que o carvão está acabando e que o churrasco não
pode parar. E juntamente com o Tião saem para providenciar mais carvão para
não pararem a festa. Uma das meninas inicia um concurso de tequila. Quatro
delas disputam o primeiro lugar. Todos riem e brincam.
Depois de algumas horas o compadre nem percebe que a mãe já havia ido
embora. Já se passava das 20 horas e a mãe liga novamente. O compadre vê a
chamada e passa o telefone sem atendê―lo. Ao desligar a irmã do compadre diz
o que havia sido falado. O compadre tenta explicar e diz “o que eu poderia fazer?
Ainda há pessoas aqui!”, e a festa continuou.
Na casa da comadre a filha pergunta para a mãe:
― Mãe, porque ninguém veio pra minha festa de aniversário.
A mãe sem saber bem o que responder tenta explicar:
― Não se preocupe minha filha. Ano que vem mamãe vai fazer uma festa só
para os seus amiguinhos, tá bom?
E assim, sozinha, a menina sentou―se diante do seu bolo de aniversário
enquanto, na casa do compadre, todos estavam tomando cerveja.
https://www.albertolacerda.com.br/
[25]