Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 58

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 — Alunos...hora do intervalo... Novamente ele volta para aquele mundo mais estreito. A classe inteira se dirige para a porta... Manada? O pátio cinza se estendia diante dele e seu canto... Agora, no seu mundo, aquele pequeno grupo de alunos saia de sua formação e se dispersava por um plano de concreto que surgira...mais livre, barulhento, mas ainda retido naquele quadrado estéril....Ignorante à planície, os animais e a chuva de nacos de queijo... O sanduíche de queijo que sua mãe preparou estava inspirador. Frugal, apenas pão e queijo, mas, ao mesmo tempo, repleto da mística daquele carinho materno. Da torneira do bebedouro fez-se um rio...inundou a planície e ramificou-se entre aquela área coalhada de vida como uma moldura... Aula de música. A voz afrouxada e ríspida doutrora agora foi substituída por uma doce soprano... Algumas notas no violão ensaivam um coro na sala, mas era o menestrel dos campos que embalava seu mundo Aqui conto o canto de Cantônio Que ainda que com um tanto de pranto do canto, observa, tudo com encanto E repetia, enquanto o violão soava em classe, o bandolim do menestrel guiava tudo o que podia caminhar naquele mundo em procissão, criando formas de infinito sobre o tapete vivo. O carrilhão então convoca a todos para o fim da aula... Finalmente... Enquanto guardava os cadernos, Antônio olha através da janela o crepúsculo dourando o horizonte...Esse sim, o mesmo que dourava o seu mundo. 55