Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 228

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 modo comedido temendo uma reação com alguém que não correspondesse ao homem. O lugar tinha dois policiais à paisana no que seria o pernoite mais aterrorizante de suas vidas. O silêncio tomou o lugar o qual o rufar de seus pulmões se acentuaram pelo medo que ansiosamente a corroía por dentro. Mas quando ela menos esperava a luz de uma lanterna se acendeu em seu rosto revelando a face de Wilson Motta. O homem pôs o dedo em sua boca sinalizando para ela não proferir quaisquer palavras. Esboçou um sorriso sádico de desejo ao passar a mão no cabelo dela, ela sentia náuseas de ouvir aquele sociopata desagradável se exaltar sobre ela como um predador selvagem sobre a presa na relva. O homem então pegou uma faca e a puxou quando ela gritou pelos reforços que estariam a aguardando. O homem então riu ao perceber que aqueles homens lá fora estavam com ela, pois ele havia os matados de modo furtivo. Janine vociferou por socorro, mas fora abafada pela mão do homem que a arrastou até um carro onde dois homens estavam. Tomou uma coronhada no rosto e tudo então se apagou como aquele banheiro onde nas trevas o mal se ocultava. Ao recobrar a consciência viu dois dos seguidores dele fitando-a enquanto murmuravam algo entre si aos risos escarnecedores. Fora então que ela os interrompeu e disse. — Sociopatas como tu se acham grandiosos e inteligentes, mas são apenas máquinas ocas desprovidas de qualquer sentimento. Apenas pensam friamente como saciar seus desejos depravados e doentios de sadismo, mas isso não é inteligência, é um estorvo da razão travestido de lógica egocêntrica. — Sabemos quem é você Janine. — Interrompeu o chefe deles e prosseguiu. — Você completará o mosaico de minha obra que curiosamente já tinha partes sua. Ao ouvir aquilo ela ficou perplexa e temerária enquanto suava frio de nervoso sob os olhares daqueles três homens. Amarrada se sacudiu e reconheceu um dos homens, Renato Silveira que estava sendo procurado pelo desaparecimento de outra mulher. O outro homem era um negro calvo que parecia se divertir com a vulnerabilidade da vítima. 225