LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
modo comedido temendo uma reação com alguém que não correspondesse ao
homem.
O lugar tinha dois policiais à paisana no que seria o pernoite mais
aterrorizante de suas vidas. O silêncio tomou o lugar o qual o rufar de seus
pulmões se acentuaram pelo medo que ansiosamente a corroía por dentro.
Mas quando ela menos esperava a luz de uma lanterna se acendeu em seu
rosto revelando a face de Wilson Motta. O homem pôs o dedo em sua boca
sinalizando para ela não proferir quaisquer palavras.
Esboçou um sorriso sádico de desejo ao passar a mão no cabelo dela, ela
sentia náuseas de ouvir aquele sociopata desagradável se exaltar sobre ela como
um predador selvagem sobre a presa na relva.
O homem então pegou uma faca e a puxou quando ela gritou pelos
reforços que estariam a aguardando. O homem então riu ao perceber que
aqueles homens lá fora estavam com ela, pois ele havia os matados de modo
furtivo.
Janine vociferou por socorro, mas fora abafada pela mão do homem que a
arrastou até um carro onde dois homens estavam. Tomou uma coronhada no
rosto e tudo então se apagou como aquele banheiro onde nas trevas o mal se
ocultava.
Ao recobrar a consciência viu dois dos seguidores dele fitando-a enquanto
murmuravam algo entre si aos risos escarnecedores. Fora então que ela os
interrompeu e disse.
— Sociopatas como tu se acham grandiosos e inteligentes, mas são apenas
máquinas ocas desprovidas de qualquer sentimento. Apenas pensam friamente
como saciar seus desejos depravados e doentios de sadismo, mas isso não é
inteligência, é um estorvo da razão travestido de lógica egocêntrica.
— Sabemos quem é você Janine. — Interrompeu o chefe deles e
prosseguiu. — Você completará o mosaico de minha obra que curiosamente já
tinha partes sua.
Ao ouvir aquilo ela ficou perplexa e temerária enquanto suava frio de
nervoso sob os olhares daqueles três homens. Amarrada se sacudiu e reconheceu
um dos homens, Renato Silveira que estava sendo procurado pelo
desaparecimento de outra mulher. O outro homem era um negro calvo que
parecia se divertir com a vulnerabilidade da vítima.
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