Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 207

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 Sapos Thaís Faria Yoshidome/Pseudônimo: Clarice Lins Ribeirão Preto/SP Dentre tantos sapos, antes Engastalhados Em minha garganta Eis, aqui, a sobra O único resquício daquilo Que não me deixava Apreciar, Saborear, Reinventar E afirmar a vida. Eis, aí, um dos protagonistas desse Desengastalho Nessa crítica ao parnasianismo, Ao formalismo exacerbado, Serviçal de uma norma, De um jeito de ser “formal”, Que engole, Que degole a essência e Que só aceita o parnasiano, o “normal”, Renasci. Nesse momento, Algum caçador de sapos atravancou o caminho, Foi adentrando o brejo em que eles habitavam Dentro de mim Aos poucos foi desbravando, Reconfigurando toda a formalidade e Tornando-me própria a mim mesma, Sem sapos, sem parnasianos, Sem formalidade. Restou-me, claro, Conviver com sapos, Mas escolher entre engoli-los Ou degola-los. 204