LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019
— Alunos...hora do intervalo...
Novamente ele volta para aquele mundo mais estreito. A classe inteira se dirige
para a porta... Manada?
O pátio cinza se estendia diante dele e seu canto... Agora, no seu mundo, aquele
pequeno grupo de alunos saia de sua formação e se dispersava por um plano de
concreto que surgira...mais livre, barulhento, mas ainda retido naquele quadrado
estéril....Ignorante à planície, os animais e a chuva de nacos de queijo...
O sanduíche de queijo que sua mãe preparou estava inspirador. Frugal, apenas
pão e queijo, mas, ao mesmo tempo, repleto da mística daquele carinho
materno.
Da torneira do bebedouro fez-se um rio...inundou a planície e ramificou-se entre
aquela área coalhada de vida como uma moldura...
Aula de música. A voz afrouxada e ríspida doutrora agora foi substituída por uma
doce soprano... Algumas notas no violão ensaivam um coro na sala, mas era o
menestrel dos campos que embalava seu mundo
Aqui conto o canto de Cantônio
Que ainda que com um tanto de pranto
do canto, observa, tudo com encanto
E repetia, enquanto o violão soava em classe, o bandolim do menestrel guiava
tudo o que podia caminhar naquele mundo em procissão, criando formas de
infinito sobre o tapete vivo.
O carrilhão então convoca a todos para o fim da aula... Finalmente...
Enquanto guardava os cadernos, Antônio olha através da janela o crepúsculo
dourando o horizonte...Esse sim, o mesmo que dourava o seu mundo.
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