Revista LiteraLivre 16ª edição | Page 232

LiteraLivre Vl. 3 - nº 16 – Jul./Ago. de 2019 Vale Desencantado Wesley Paranhos da Costa Rio de Janeiro/RJ Robson corria pela sua vida para escapar dos policiais que o perseguiam na mata aos redores da favela Dona Marta. Ao ver uma pequena abertura no chão, durante sua fuga, o bandido pulou para esconder-se sem pensar duas vezes, caindo em um buraco mais profundo que imaginará. Caiu em cima de espinhos, que para sua sorte, não eram as venenosas a centímetros de onde cairá. Levantou com dores da queda e das pontas que penetraram na sua pele, e só após retirar cada espinho do seu corpo, perceberá o lugar exótico que estava. Acima de Robson, não havia terra ou pedras, havia água com ondas e peixes luminosos saltando. A sua frente, ele viu uma floresta que poderia apenas existir nos filmes de sua infância, e por um segundo, pensou que estava louco, mas Robson sabia que era incapaz de criar tanta beleza. O silêncio dominou Robson, porque ele incapaz de descrever ou assimilar o mundo novo que estava. Caminhando pela floresta, Robson avistou um animal muito incomum, e mesmo não completando o ensino fundamental, ele sabia que o animal era fisicamente impossível de existir, porque em toda sua vida, Robson nunca ouvi falar de algum animal que possui a cabeça no rabo. Os olhos, a boca, as orelhas e o que ele achava ser o nariz estavam na fina e longa cauda do primata dourado e meio avermelhado. Ao tentar afastar-se do animal medonho, Robson cometeu o erro de fazer movimentos bruscos, chamando a atenção do primata que movimentou sua cauda acima do seu corpo e bramiu pulando para ataca-lo. Instintivamente, Robson puxou sua pistola e descarregou todo o pente no inocente primata que caiu torto no chão. Desesperado, ele ficou imóvel com a arma soltando fumaça da mão, mais alguns segundos e ele seria trucidado e seria comido por uma cauda, na mente de Robson, isso já seria o estranho o suficiente, contudo ao olhar ao animal, viu que não havia sangue ou buracos no seu peito e quando chegou perto, o animal avançou novamente ficando agarrado a cabeça de Robson. Correu com primata preso a sua cabeça, sendo solto, no momento que bateu o macaco numa árvore de chumbo. Livre do animal, ele viu as costas do primata coloridas da cor da arvore que baterá, afastou-se rapidamente com muito cuidado para não esbarrar em mais nada. Depois de umas horas andando tentando achar uma saída, Robson sentou no chão para recuperar as energias, visto que o chão parecia ser o único lugar seguro, depois de ver o primata ser morto pela arvore, o que mais ele poderia encostar, sem ser morto instantaneamente. Temendo fechar os olhos e ser atacado, ele lutou com o sono pelo tempo que conseguiu, mas a batalha estava sendo perdida pouco a pouco. No momento que notou um arbusto, fora do lugar que estava, admitiu que estava com muito e deveria estar alucinando, decidindo 229