Revista LiteraLivre 15ª edição | Page 211

LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019 Devido a refrações luminosas, os demais cômodos dessa moradia foram aos poucos iluminados, chegando a uma sala pequena e ainda escura, porém, bem ao canto havia um baú, sendo observado em sua estrutura junções reluzentes. Um grande contraponto, o coração cercado por escuridão foi reprimindo a própria luz do sentimento, por receio, começou a recuar e encontrou abrigo dentro de um baú. E por ali ficou esperando a escuridão passar, porém, necessitava de luz para combater, o tempo passava e de dentro do baú, erguia-se a tampa e só enxergava escuridão, a luz própria do sentimento não encontrava a coragem para se impor. Quando a luz se omite, a escuridão governa! Um reinado sombrio e frio se instalou, permanecendo por tempo indeterminado, no entanto, determinada era a luz que agora dissipava a escuridão e com sentimento aquecia o coração. O tempo gélido de outrora adormeceu a estrutura e a onda luminosa de calor presente gerou uma contração, por medo da dor a porta velozmente se fechou! Retornando a escuridão... Um fluxo luminoso toca a porta novamente, esperando por uma reação, mas o esforço parece ser em vão. Em virtude do desespero, a intensidade luminosa envolve toda a porta, encontrando um furinho que permitiu adentrar, um ponto de luz começou a dissipar a escuridão, cada refração transmitia a luz em direção a pequena sala, por fim o ponto de luz tocou o baú, porém, inalterado permaneceu. A luz não se esgotou, persistiu, pois havia sentimento. Com o passar do tempo o calor emitido pelo pequeno ponto de luz chegou ao interior do baú, a luz do sentimento de forma recíproca reagiu, e muito mais rápido que um piscar de olhos foi o momento em que o baú se abriu e as luzes se encontraram. E por menos de 299 792 458 m/s, a luz do sentimento conjugado ocupou todo o espaço e a dor outrora adormecida com o frio não mais incomodava. 208