LiteraLivre Vl. 3 - nº 15 – Mai./Jun. de 2019
Devido a refrações luminosas, os demais cômodos dessa moradia foram aos
poucos iluminados, chegando a uma sala pequena e ainda escura, porém, bem
ao canto havia um baú, sendo observado em sua estrutura junções reluzentes.
Um grande contraponto, o coração cercado por escuridão foi reprimindo a própria
luz do sentimento, por receio, começou a recuar e encontrou abrigo dentro de
um baú.
E por ali ficou esperando a escuridão passar, porém, necessitava de luz para
combater, o tempo passava e de dentro do baú, erguia-se a tampa e só
enxergava escuridão, a luz própria do sentimento não encontrava a coragem para
se impor.
Quando a luz se omite, a escuridão governa!
Um reinado sombrio e frio se instalou, permanecendo por tempo indeterminado,
no entanto, determinada era a luz que agora dissipava a escuridão e com
sentimento aquecia o coração.
O tempo gélido de outrora adormeceu a estrutura e a onda luminosa de calor
presente gerou uma contração, por medo da dor a porta velozmente se fechou!
Retornando a escuridão...
Um fluxo luminoso toca a porta novamente, esperando por uma reação, mas o
esforço parece ser em vão. Em virtude do desespero, a intensidade luminosa
envolve toda a porta, encontrando um furinho que permitiu adentrar, um ponto
de luz começou a dissipar a escuridão, cada refração transmitia a luz em direção
a pequena sala, por fim o ponto de luz tocou o baú, porém, inalterado
permaneceu.
A luz não se esgotou, persistiu, pois havia sentimento.
Com o passar do tempo o calor emitido pelo pequeno ponto de luz chegou ao
interior do baú, a luz do sentimento de forma recíproca reagiu, e muito mais
rápido que um piscar de olhos foi o momento em que o baú se abriu e as luzes se
encontraram. E por menos de 299 792 458 m/s, a luz do sentimento conjugado
ocupou todo o espaço e a dor outrora adormecida com o frio não mais
incomodava.
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