LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
A Lenda da Concha d’Água
Davi Mendonça Cardoso
Cabo Frio/RJ
Havia uma menininha muito educada que morava com uma mãe doente,
porquanto naquela época não chovia. A menininha, pois, saiu a procurar água
segurando uma concha de lata. Ela logo avistou uma enorme fonte que tinha
água limpa, mergulhou e voltou pra casa.
No caminho encontrou um cachorro com sede.
– Oh, pobre cachorrinho! – lastimou a menina. – Se eu pudesse dar um
pouco de água a você sobraria muito para a minha mãe.
Então, ela colocou um pouco de água na sua mão e deu ao cachorrinho. O
cachorrinho bebeu e ficou muito alegre, pois não se achava mais sequioso, para
tal deu até uma cambalhota como se estivesse a dizer: “Obrigado, menininha”.
Ao fazer tal bom ato, a concha já não era mais de lata, e sim uma de prata,
tão bonito que esplandecia. A menina nem reparou nisso e continuou o seu
caminho para casa.
Chegou a sua casa muito tarde, quando acabara de anoitecer, e bateu a
porta.
– Quem está aí? – perguntou a empregada lá de dentro.
– Sou eu, a menininha Joana - falou Joana (assim era o seu nome). E a
empregada abriu a porta.
Ao abrir a porta, Joana deparou-se com a consternada cena da sua mãe
empalamada e sedenta na cama, que lhe dissera:
– Dê água para ela, posto que ela necessite mais de água do que eu.
A mocinha deu um pouco de água à empregada, e nisso a concha se se
transmudou numa de ouro; depois, fora a vez da mãe de Joana e, após esta, a
da própria menininha. Sobrou um pouco para um indivíduo que bateu a porta.
Joana o atendeu e todos viram tratar-se de um forasteiro que muito se
aparentava com Deus Nosso Senhor Jesus Cristo. O forasteiro, em vez de beber a
água na própria concha, virou-a de ponta-cabeça, e toda a água que se
encontrava na concha virou uma fonte (pois havia um buraco no chão, próximo à
porta); a água, logo, começou a espirrar qual um chafariz. E todos podiam beber
essa água, inclusive vocês.
Assim, eles foram felizes para sempre…
(Escrito entre 2010 e 2018, baseado n’A Lenda da Concha, conto d’O Livro das Virtudes para as
Crianças, de William J. Bennett.) ”.
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