LiteraLivre Vl. 3 - nº 13 – Jan/Fev. de 2019
sacudia a cabeça e saía feito louca em direção à sala tirando a blusa e jogando-a
ao chão [já que tinha o receio de que ela ainda estivesse na minha blusa, quiçá,
uma outra barata]; ao mesmo tempo, meu filho saía do escritório assustado em
minha direção me pedindo calma e tentando entender o ocorrido; e meu marido
entrava em casa, também sem entender nada e, ainda por cima, com o seu chefe
junto.
Uma cena inexplicável em que o desespero em relação ao dito inseto
sobrepôs a qualquer vergonha de estar ali, descabelada e sem blusa diante de
todos, inclusive, do chefe do meu marido. Só havia para mim uma saída digna,
se é que se pode chamar isso de dignidade: sair de cena! O que foi feito
imediatamente já que minha preocupação maior era tirar de mim o cheiro
asqueroso e repugnante daquela dita cuja.
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